ECONOMIA DIGITAL

Integridade de Informação: combate a conteúdos falsos em debate no G20

Conceito traz noções de precisão, confiabilidade e segurança no combate a informações falsas, maliciosas e preconceituosas. Tema é uma das pautas prioritárias do Grupo de Trabalho Economia Digital, que faz parte da Trilha de Sherpas do G20

06/12/2023 17:59 - Modificado há 5 meses

O conceito de integridade da informação refere-se à precisão, consistência e confiabilidade da informação. Ela é ameaçada pela desinformação, pela informação falsa e pelo discurso de ódio que circulam, sobretudo, por canais digitais. De acordo com a Organização das Nações Unidas, são 2 bilhões de pessoas no mundo usando a internet. Estudo realizado em 142 países mostrou que 58,5% dos usuários regulares de internet e mídias sociais ao redor do mundo estão preocupados em encontrar desinformação on-line.

A desinformação é descrita pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) como conteúdo falso ou enganoso que pode causar danos específicos, independentemente de motivações, consciência ou comportamentos. Por meio de narrativas negacionistas, atores estatais e não-estatais procuram engajar cidadãos e cidadãs em posições equivocadas. De acordo com as Nações Unidas, a desinformação impacta sobre todos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e também sobre questões fundamentais como vacinação, democracia e aquecimento global. 

O tema será debatido durante o G20, como uma das pautas prioritárias do Grupo de Trabalho Economia Digital (DEWG, na sigla em inglês). Estabelecido em 2021, o GT busca orientar políticas públicas sobre como aproveitar o potencial das economias por meio do processo de transformação digital como instrumento para o aprimoramento da participação pública e o fomento do desenvolvimento socioeconômico de forma inclusiva. 

Os países estão se comprometendo cada vez mais com a integridade da informação. A ONU publicou um informe sobre o conceito recentemente, onde conclama os Estados a criarem respostas regulatórias para proteger a integridade de informação e combater a desinformação. As plataformas digitais também são instadas a contribuir nesse esforço.

Recentemente, foi firmada a Declaração Global sobre integridade da Informação Online, texto que defende princípios de combate à desinformação e de promoção da integridade da informação. Há ainda outras iniciativas internacionais, como o Fórum para Informação e Democracia e o Código de Conduta para a Integridade da Informação em Plataformas Digitais”, do Secretário-Geral da ONU, a partir de uma proposta construída pelo Canadá e pelos Países Baixos, também subscrita por Bélgica, Brasil, Canadá, Chile, República Dominicana, Estônia, Irlanda, Luxemburgo, Moldávia, República Checa, Coreia do Sul e Suíça.

O Código de Conduta para a integridade da informação em plataformas digitais procura proporcionar uma resposta global concertada frente às ameaças à informação. Uma posição firmemente enraizada nos direitos humanos, incluindo os direitos à liberdade de expressão e opinião e ao acesso à informação. A intenção é de que o Código ajude a orientar os governos, as plataformas digitais e outros grupos nos seus esforços para tornar o espaço digital mais inclusivo e mais seguro para todos.

Brasil firma parcerias e acordos

O governo federal tem defendido propostas - tanto em fóruns internacionais e nas discussões no Congresso Nacional (PL 2630/2020) — em torno da transparência na publicidade e de algoritmos, da defesa dos direitos humanos nas plataformas digitais e da importância da Educação Midiática, por exemplo.

Em dezembro, o governo brasileiro assinou uma Declaração de Intenções Conjunta sobre Integridade da Informação e Combate à Desinformação com a Alemanha. O texto foi formalizado pelo ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom/PR), e pelo Secretário de Estado Steffen Hebestreit, porta-voz do governo alemão.

A declaração prevê ações de cooperação nas áreas de promoção da integridade da informação, combate à desinformação e defesa das instituições democráticas, além de regulação de serviços digitais e educação midiática.

Em outubro, a Secom/PR, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e a Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE) assinaram o Projeto de Cooperação Técnica Internacional “Promovendo o acesso à informação, o exercício de direitos, o combate à desinformação e a defesa da democracia”.

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