INICIATIVA DE BIOECONOMIA

Iniciativa Bioeconomia do G20: Encontro entre o conhecimento e a natureza

Proposta brasileira avança ao elaborar diretrizes para uma economia mais racional, que leve em conta todo o processo produtivo e suas consequências para o homem e o meio ambiente.

14/03/2024 17:55 - Modificado há 2 meses
Créditos: Cássio Moreira - Codevasf
Créditos: Cássio Moreira - Codevasf

O Brasil colocou na pauta do G20 alguns conceitos que desafiam as principais economia do mundo a rever seu modo de produção. O esgotamento do Planeta Terra está obrigando  a humanidade a mudar as relações econômicas e a urgência em pautar esse debate guiou o país a propor a Iniciativa de Bioeconomia. Nesta quinta-feira (14), em Brasília, após o término da primeira reunião da Iniciativa, o embaixador André Corrêa do Lago, secretário de Clima do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, anunciou que a proposta brasileira foi bem aceita. 

Os países e organismos internacionais que participaram dos dois dias de encontro, formalizaram propostas sobre o tema e elogiaram a Iniciativa, principalmente pela importância do Brasil neste cenário de transição energética mundial. “O debate continua, pois muitos querem participar.  Há várias dimensões de Bioeconomia que estão provocando interesse durante as discussões do G20 sob a presidência brasileira”, explicou o embaixador. 

“O próprio Brasil está refletindo sobre a sua política de Bioeconomia, junto com países que já implementaram essa política e com outros que estão em elaboração.”

O Brasil tem uma grande diversidade ambiental, com povos originários e comunidades que vivem na Floresta, com suas formas e modos de viver e produzir, e tem condições de liderar este debate. Carina Pimenta, secretária nacional de Bioeconomia do Ministério do Meio Ambiente do Brasil, lembrou da importância de propor o assunto em um fórum internacional com a importância do G20. 

“O próprio Brasil está refletindo sobre a sua política de Bioeconomia,  junto com países que já implementaram essa política e com outros que estão em elaboração”.Carina acredita que é preciso falar em bioeconomias, no plural, “porque é um paradigma para o desenvolvimento sustentável em geral. Não existe uma solução, um modelo ou um setor que se sobressaia nesta discussão”.

Balanço da primeira reunião da Iniciativa do G20 sobre Bioeconomia. | Crédito: Divulgação G20

Valorização do conhecimento e tecnologias ancestrais 

Embora não seja um conceito acordado multilateralmente, a Bioeconomia pode ser entendida como um modelo de desenvolvimento baseado no conhecimento, que engloba novas tecnologias, mas também tecnologias antigas e conhecimentos tradicionais, como a utilização e a gestão dos ecossistemas e das espécies da biodiversidade. Ela deve constituir um instrumento para a promoção da sustentabilidade em todos os países, independentemente da biodiversidade presente nos seus territórios.

Márcia Barbosa, secretária de Políticas e Programas Estratégicos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação lembrou da importância do grupo apresentar uma definição do que é a Bioeconomia. “Se não trouxermos uma definição fechada, vamos entregar ao menos uma lista de qualidades que a Bioeconomia deve ter”, defendeu a secretária. O conceito que deve ser apresentado aos líderes do G20, na Cúpula Final em novembro, vai ajudar outros grupos de trabalho a lidar com o assunto e orientar trabalhos. 

A Iniciativa de Bioeconomia reúne participantes das duas trilhas que compõem o G20, a de Sherpas e a de Finanças. Cristina Reis, subsecretária de Desenvolvimento Econômico Sustentável do Ministério da Fazenda, lembrou da importância do aspecto econômico e social para se garantir o equilíbrio entre o desenvolvimento e a transformação ecológica. “Houve consenso sobre a complexidade do entendimento das Bioeconomias, e da necessidade de se desenvolver os instrumentos financeiros adequados”. 

Pautando o histórico do Brasil em propor um novo modelo, o coordenador de Desenvolvimento Sustentável do Itamaraty, Vicente Araújo, falou que os países participantes do encontro consideram  que o Brasil tem uma posição privilegiada para trazer luz sobre o tema. “O país é o ator que pode trazer uma discussão nova na seara internacional. Vemos com bastante otimismo essa iniciativa.”  

Os debates da Iniciativa Bioeconomia  estão organizados em três eixos principais: o papel da ciência, tecnologia, pesquisa, inovação e conhecimento tradicional para a Bioeconomia; o uso sustentável da biodiversidade para a Bioeconomia; e a Bioeconomia como promotora do desenvolvimento sustentável em suas três dimensões – social, econômica e ambiental.

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