BIOECONOMIA

Na presidência do G20, Brasil lança Iniciativa Global pela Bioeconomia

Brasil quer ampliar o acesso de países em desenvolvimento aos quatro fundos climáticos: Fundo Verde para o Clima (Green Climate Fund); o Fundo de Investimento Climático (Climate Investment Funds); Fundo de Adaptação (Adaptation Fund) e Fundo Global para o Meio Ambiente (Global Environment Facility).

26/12/2023 15:35 - Modificado há 4 meses
Tecnologia alternativa de armazenamento de água no semi-árido  Foto: Saulo Coelho/Embrapa
Tecnologia alternativa de armazenamento de água no semi-árido Foto: Saulo Coelho/Embrapa

O lançamento da Iniciativa Global pela Bioeconomia é uma das inovações da presidência brasileira do G20 e está estruturada em debates que unem ciência, tecnologia e inovação, e o uso dos recursos da biodiversidade para a promoção do desenvolvimento sustentável. Integrando a Trilha de Sherpas, sob a coordenação do Ministério das Relações Exteriores, o foco da iniciativa é elaborar um conceito para a bioeconomia como fundamental para a inclusão social e a geração de empregos dignos e sustentáveis. 

“Além de uma dinâmica diferente para os grupos de trabalho e as forças-tarefa do G20, o Brasil lança uma iniciativa para a bioeconomia. É importante que esse tema seja tratado no G20 a partir da presidência de um país em desenvolvimento” destacou André Corrêa do Lago, secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores. 

Em sua avaliação, o país estar, em sequência, na presidência do G20, em 2024, do BRICS+ e da COP 30, em 2025, é a oportunidade de mostrar capacidade e coerência para utilizar esses espaços de forma a acentuar a agenda sobre a emergência climática, garantindo “uma visão brasileira” e as prioridades do Sul Global na pauta. 

“O G20 é o espaço para enquadrar o debate sobre bioeconomia, conectar conceitos que não estão bem amarrados e são válidos para os próximos anos, relacionando tecnologia, energia e outros pontos como a necessidade de levar recursos para onde eles são mais necessários, nos contextos em que o modelo financeiro atual não consegue chegar”, adicionou Ivan Oliveira, subsecretário de Financiamento ao Desenvolvimento Sustentável do Ministério da Fazenda. 

Mais acesso aos fundos climáticos

Oliveira salientou que, para a presidência no G20, o Brasil tem quatro prioridades importantes: revisar os acesso de países em desenvolvimento aos quatro maiores fundos para o clima (GCF, CIF, Adaptation Fund e GEF); elaborar princípios de alto nível e critérios para a construção de planos setoriais para a transição energética justa; produzir um relatório de avaliação dos custos de produção de dados (disclosure) para micro e pequenas empresas verdes; e identificar instrumentos para fortalecer as capacidades de países em desenvolvimento de elaborar projetos e conquistar financiamento. 

“O esforço de conectar a Trilha de Finanças com a de Sherpas e criar as forças-tarefa é muito interessante, pois trouxe dois temas críticos, pobreza e emergência climática, para o mais alto nível. Temos a oportunidade de conectar entregas específicas, mais técnicas e úteis para a busca de soluções, dando um empurrão para que as coisas aconteçam”, explicou Oliveira. 

 Geração de energia por fermentação de gramíneas | Foto: Airton Kunz/Embrapa
Geração de energia por fermentação de gramíneas | Foto: Airton Kunz/Embrapa

Painel G20 e a agenda de sustentabilidade

As prioridades da presidência brasileira no G20 para a agenda de sustentabilidade foram discutidos em painel realizado pela Apex Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) na COP 28, com mediação de Izabella Teixeira, Conselheira Emérita do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e Co-Chair do Painel Internacional de Recursos Naturais da ONU Meio Ambiente. A atividade também discutiu tópicos como sustentabilidade ambiental, desenvolvimento econômico e social. Acesse os vídeos dos debates na íntegra.