Repórter: Os países-membros do G20 avançaram em ações sobre reestruturação da dívida de países; melhoria dos mecanismos de pagamentos transfronteiriços; e na construção de um mapa orientador para a reforma dos bancos multilaterais de desenvolvimento. A segunda reunião do grupo de trabalho sobre Arquitetura Financeira Internacional, em Brasília, teve foco em temas prioritários para a presidência brasileira do grupo e com impactos significativos para a economia global, como explica Felipe Antunes, integrante do Ministério da Fazenda do Brasil, que coordena o grupo de trabalho junto com o Banco Central do Brasil.
Felipe Antunes: O trabalho do grupo serve principalmente para isso, que os países possam conversar e formar consensos para reformar as instituições internacionais e construir um mundo que funcione melhor para os países de desenvolvimento, para diversas prioridades que a gente possa ter.
Repórter: No que diz respeito à dívida dos países, Ricardo Klinger, do Ministério da Fazenda, avaliou que o cenário é desafiador, já que muitas nações enfrentam uma situação financeira difícil, agravada pela pandemia da covid-19 e por conflitos recentes.
Ricardo Klinger: Além dessa reflexão, há uma busca por soluções estruturantes, envolvendo o papel de como dar mais condições aos países para que eles tenham a situação da dívida não apenas resolvida, mas também que tenha uma solução estruturante para que isso não volte a ocorrer no futuro.
Repórter: Marcelo Aragão, chefe do Departamento Internacional do Banco Central do Brasil, explicou que a melhoria dos fluxos de pagamento entre os países é estrutural na arquitetura financeira global, pois reduzem os obstáculos para que os investimentos fluam melhor e cheguem a quem mais precisa.
Marcelo Aragão: Muito da ênfase foi, como interligar sistemas de pagamentos domésticos criando redes de pagamentos internacionais. Por exemplo, eventualmente a gente pode ter o nosso Pix conectado com outros sistemas similares em outras jurisdições.
Repórter: Para Ivan Oliveira, subsecretário de Financiamento ao Desenvolvimento Sustentável do Ministério da Fazenda, os bancos multilaterais podem ter um papel ainda mais importante para atrair investimentos privados no processo de transformação ecológica das economias do G20.
Ivan Oliveira: O Brasil tem também impulsionado esse debate, que é um tema crítico. Tudo muito bem conectado com a agenda de transformação ecológica, de conexão entre transformação social com responsabilidade ambiental.
Repórter: Os porta-vozes do grupo explicaram que a presidência brasileira quer manter esse debate na agenda do G20, para engajar os países-membros no tema.