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Boletim G20 Ed. 13 - União Africana no G20: um salto geopolítico e econômico do continente

Criado em 2002, a União Africana (UA) congrega 55 países e representa 20% do território mundial. Bloco regional estreia este ano como membro permanente do G20, oferece novas perspectivas para o grupo e fortalece a pauta dos países do Sul Global. Ouça e saiba mais!

22/01/2024 08:16 - Modificado há 6 meses

Repórter: Até a entrada da União Africana como membro efetivo do G20, a África do Sul era o único integrante do continente africano no grupo. Antes uma organização internacional convidada, a União Africana recebeu o status de membro pleno na cúpula do g20 em Nova Delhi, na Índia, no início de setembro de 2023. A medida dá ao continente o mesmo status que a união europeia e outros 19 países. Com 55 países membros, o bloco representa cerca de 20% do território mundial e abriga uma população jovem, com potencial produtivo acima da média de outros países. 

Repórter: Economicamente, a União Africana possui um PIB combinado significativo de cerca de US$ 3 trilhões, com uma riqueza abundante em recursos naturais. A região detém 60% dos ativos de energia renovável do mundo e 50% dos minerais essenciais para tecnologias de baixo carbono, o que posiciona a África como uma potência emergente na economia global. Sob a presidência brasileira, o G20 enfrentará os desafios relacionados à reestruturação da governança global. A entrada da União Africana no G20 está alinhada a essa meta, proporcionando uma voz mais representativa para os países do chamado sul global. 

Repórter: A professora do Departamento de Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio grande do Sul e coordenadora do Centro Brasileiro de Estudos Africanos, Analúcia Danilevicz Pereira, destaca que, enquanto a população mundial envelhece, a população jovem africana deverá duplicar até 2050. Analúcia pereira ressalta que a presença africana pode desempenhar um papel crucial na reformulação da agenda econômica global, oferecendo novas perspectivas e abordagens.

Analúcia Danilevicz Pereira: A possibilidade da África participar como membro de uma organização tão importante como o G20, numa posição de igualdade, isso muito provavelmente vai conduzir a uma consertação maior no âmbito da própria organização. Será importante que a União Africana defina posições claras sobre as questões mundiais, especialmente aquelas que produzem impacto direto sobre a África.

Repórter: Em sinergia de agendas e prioridades, o sherpa da União Africana, Albert Muchanga, considera que a experiência africana no combate à desigualdade, à fome e à pobreza pode contribuir para fortalecer a proposta brasileira de criação da aliança global contra a fome e pobreza.

Albert Muchanga: É muito importante porque promove a inclusividade. A população africana é de 1,4 bilhões de pessoas, e isso é cerca de 80% da população global. Por isso, quando a União vai para estruturas como o G20, essa é a inclusividade. Se trazer um segmento grande da população global, é muito importante.

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