TRIBUTAÇÃO INTERNACIONAL

Sociedade civil entrega recomendações sobre tributação internacional ao G20

Em documento, organizações do G20 Social destacam a necessidade de taxação dos super-ricos, financiamento de medidas contra a crise climática e fortalecimento da cooperação internacional.

24/05/2024 10:51 - Modificado há 4 meses

Organizações da sociedade civil que integram o G20 Social entregaram à Trilha de Finanças do Fórum um documento com onze recomendações na área de governança tributária e internacional, nesta quinta-feira, 23/5, em Brasília. A carta aponta a urgência de que políticas fiscais tenham os direitos humanos e o enfrentamento à crise climática como princípios orientadores; da taxação dos super-ricos e da cooperação internacional para o financiamento climático. 

Em ato simbólico, Nathalie Beghin, do Inesc, entregou documento ao G20 Brasil. Economista esteve diretamente envolvida na elaboração das recomendações. Foto:  Diogo Zacarias/MF
Em ato simbólico, Nathalie Beghin, do Inesc, entregou documento ao G20 Brasil. Economista esteve diretamente envolvida na elaboração das recomendações. Foto: Diogo Zacarias/MF

Nathalie Beghin, do Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos), celebrou a iniciativa da presidência brasileira de ampliar a participação da sociedade civil nos diálogos para soluções dos problemas do mundo. “É importante construir espaços interativos para canalizar demandas e formular propostas, garantindo a responsabilização e a participação social na cooperação internacional sobre política fiscal”, afirmou a economista que esteve diretamente envolvida na elaboração das recomendações.

Fernando Haddad, ministro da Fazenda do Brasil, recebeu o documento e salientou a importância das propostas da presidência do fórum para provocar o debate por mudanças estruturais na tributação internacional. Haddad destacou que a desigualdade no Brasil espelha o que acontece no  mundo e, por isso, o país pode funcionar como um “laboratório do que precisa mudar”. Disse, ainda, que não existem soluções prontas e que a proposta é  “reunir os elementos da academia, da política, para que a solução seja desenhada por muitas mãos”. 

"O Brasil oferece uma espécie de pilar 3 da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Estamos avançando para aquilo que pode efetivamente ordenar as nossas instituições em proveito de uma saída global para os nossos desafios, que não são exclusivos das nações, mas do conjunto da humanidade. Fico tocado de ver como essa proposta ganhou peso em muito pouco tempo", pontuou o ministro.

Taxação dos super-ricos

Ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, ressaltou a importância do Brasil como modelo para mudanças estruturais e propostas de reformulação de instituições e práticas fiscais globais. Foto: Diogo Zacarias/MF
Ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, ressaltou a importância do Brasil como modelo para mudanças estruturais e propostas de reformulação de instituições e práticas fiscais globais. Foto: Diogo Zacarias/MF

Haddad reforçou o empenho do Brasil em encontrar na cooperação internacional soluções para a taxação dos super-ricos como e pontuou que é uma tarefa nobre, diante da concentração de riqueza e ameaça climática, buscar o reposicionamento a respeito dos desafios globais atuais. 

“Não vamos dar conta das nossas dificuldades e desafios a partir das velhas instituições criadas até o presente. Nós vamos ter que repensar as instituições. Nós vamos ter que repensar os organismos multilaterais. Nós vamos ter que repensar os bancos multilaterais. Nós vamos ter que repensar as relações internacionais”, disse.

Confira a fala do ministro na íntegra

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