TRILHA DE SHERPAS

Reforma na governança global e crises internacionais são pauta da primeira reunião de chanceleres do G20 no Brasil

Ministros das Relações Exteriores das principais economias mundiais se reúnem no Rio de Janeiro, nos dias 21 e 22 de fevereiro. Em um contexto de crises e tensões globais, o encontro busca abordar questões urgentes, desde os conflitos no Oriente Médio até a necessidade de reformas nas instituições de governança global, como ONU, OMC e bancos multilaterais.

16/02/2024 07:00 - Modificado há 3 meses
Foto: Ricardo Stuckert / PR
Foto: Ricardo Stuckert / PR

O Rio de Janeiro vai sediar um dos principais encontros da diplomacia global, com a participação dos chanceleres das maiores economias do mundo para a primeira reunião ministerial do G20 em 2024, sob a presidência do Brasil. O encontro, marcado para a tarde do dia 21 e a manhã do dia 22 de fevereiro na Marina da Glória, ocorre em um momento de grande instabilidade geopolítica, com crises se desdobrando em diversas regiões do mundo.

Entre os temas mais urgentes a serem discutidos estão a situação no Oriente Médio e a ofensiva russa na Ucrânia, que continuam a gerar preocupações globais em relação à crise humanitária instalada e aos desdobramentos geopolíticos e econômicos dos conflitos. A provável presença de representantes de países como Estados Unidos, China e Rússia, ressalta a importância do evento para o cenário internacional. 

Em visita oficial ao Egito nesta quinta-feira (15), o presidente Lula fez um pronunciamento em conjunto com o presidente egípcio, Abdul Fatah Khalil Al-Sisi. Além de pedir o cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, o presidente brasileiro reforçou a importância de aumentar a participação da África na concertação internacional, Lula disse que “a ONU não tem força suficiente para evitar as guerras” e que o G20 pode auxiliar a melhorar a governança global, propondo reformas nas instituições. 

“No G20, contamos com o apoio do Egito para fazer da presidência brasileira um sucesso, em especial nas duas iniciativas que vamos lançar, a aliança Global contra a Fome e a Pobreza e a Mobilização Global contra a Mudança do Clima”, destacou o presidente brasileiro.

Pautas prioritárias e urgentes

Enquanto o Brasil busca ampliar a influência de países do Sul Global no G20, há o desafio de coordenar os esforços em prol de uma governança global mais eficaz e inclusiva. A agenda do governo brasileiro para a presidência temporária do grupo destaca três eixos prioritários: combate às desigualdades, fome e pobreza; desenvolvimento sustentável e transição energética e a reforma das instituições de governança global.

A reunião ministerial de chanceleres no Rio de Janeiro servirá como um fórum para debater estratégias e ações concretas em relação a esses temas. Um dos aspectos-chave das discussões será a necessidade de reformar as instituições de governança global, incluindo a ONU, o Banco Mundial, a Organização Mundial do Comércio e o Fundo Monetário Internacional. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, tem sido um defensor dessa reforma, especialmente em relação ao Conselho de Segurança da ONU, que ele argumenta ser insuficiente  para lidar com os conflitos atuais.

Além das discussões políticas e diplomáticas, o Brasil assumiu um papel importante no cenário internacional ao liderar a força-tarefa combinada que combate a atividade de piratas no Mar Vermelho. Esse envolvimento destaca o compromisso do país em promover a segurança marítima e a estabilidade na região.

Uma semana após o encontro dos chanceleres no Rio de Janeiro, São Paulo vai sediar o encontro de ministros das Finanças e presidentes dos Bancos Centrais do G20 nos dias 28 e 29 de fevereiro, da Trilha de Finanças. O encontro será precedido da reunião de vice-ministros e vice-presidentes dos Bancos Centrais. 

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