TRILHA DE FINANÇAS

Ministro Haddad anuncia criação de um Roteiro do G20 de reformas dos bancos multilaterais

“Bancos de desenvolvimento precisam intensificar esforços e trabalhar juntos, de forma eficaz e em escala”, disse o ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, durante reunião ministerial da Trilha de Finanças, realizada em Washington, EUA. O Brasil vai desenvolver um Roteiro do G20 de reformas dos bancos multilaterais, baseado em evidências, para tornar os bancos multilaterais de desenvolvimento melhores, maiores e mais eficazes. No centro do esforço, está a garantia de que o apoio dos bancos vai continuar a ser orientado para as prioridades nacionais de desenvolvimento, proporcionando benefícios concretos aos países favorecidos por seus investimentos.

19/04/2024 18:41 - Modificado há 10 dias
Em reunião ministerial da Trilha de Finanças do G20, em Washington, ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou as principais ideias do Roteiro do G20 de reformas dos bancos multilaterais. Crédito: Diogo Zacarias/MF
Em reunião ministerial da Trilha de Finanças do G20, em Washington, ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou as principais ideias do Roteiro do G20 de reformas dos bancos multilaterais. Crédito: Diogo Zacarias/MF

A reforma das instituições de governança global é uma das prioridades da presidência brasileira do G20. Com base no trabalho das presidências anteriores do G20, o Brasil vai desenvolver um Roteiro do G20 de reformas dos bancos multilaterais de desenvolvimento (MDBs, na sigla em inglês) para tornar os bancos multilaterais de desenvolvimento melhores, maiores e mais eficazes. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou, nesta quinta-feira (18), em Washington, nos Estados Unidos, as principais ideias que vão nortear a construção do Roteiro.

Segundo o ministro, “para impulsionar um desenvolvimento transformador, os bancos multilaterais de desenvolvimento precisam intensificar seus esforços e trabalharem juntos de forma eficaz e em escala”, afirmou.

No centro do esforço para transformar e reforçar os bancos multilaterais está a garantia de que o apoio dos bancos vai continuar a ser orientado para as prioridades nacionais de desenvolvimento, proporcionando benefícios concretos aos países favorecidos por seus investimentos. O trabalho será feito com base em estudos e diálogos, coordenados pela presidência do G20, e vai contar com objetivos de curto, médio e longo prazo e iniciativas práticas.

O Roteiro do G20 de reformas dos bancos multilaterais de desenvolvimento será apresentado na 4º Reunião de Ministerial de Finanças e Bancos Centrais, em outubro, após ser discutido entre os membros do G20, com a participação dos bancos, e nos grupos de engajamento.

Fernando Haddad defendeu ainda a união de esforços entre os países membros do G20 para defender reformas significativas no âmbito da Arquitetura Financeira Internacional. Com a apresentação das propostas brasileiras em fóruns importantes para serem debatidas na expectativa de gerar um compromisso coletivo e decisões viáveis no âmbito dos conselhos dos bancos multilaterais. 

Roteiro do G20 de reformas dos MDBs

Além de fornecer financiamento, fomentar recursos e atenuar riscos, os bancos multilaterais de desenvolvimento contribuem com conhecimento e experiência para a criação de soluções para o desenvolvimento dos países.

Por isso, diante da relevância dessas instituições, o Roteiro do G20 de reformas dos bancos multilaterais começou a ser formulado com base em três pilares. O objetivo do primeiro pilar é facilitar o acesso aos empréstimos para apoiar as principais necessidades dos países. Para isso, a presidência do G20, vai elaborar um relatório de melhorias operacionais e apresentar recomendações abrangentes e baseadas em evidências. A meta é, entre outras, melhorar a colaboração entre os bancos multilaterais de modo a funcionar como um sistema coeso com compartilhamento de dados e lições aprendidas. O primeiro pilar também busca incentivar o apoio ao financiamento em moeda local e garantias em plataformas nacionais apoiadas pelos bancos de desenvolvimento.

O segundo pilar trata de meios para reforçar a capacidade de financiamento dos bancos e o terceiro propõe, entre outros mecanismos, melhorar a avaliação e a utilização dos resultados e lições de experiências anteriores. A ideia é que acionistas e investidores privados possam avaliar o desempenho e a relação custo-benefício e decidir quais bancos de desenvolvimento serão melhores parceiros no sentido de proporcionarem um melhor resultado para suas demandas.

O Roteiro ainda se compromete a mapear as práticas dos bancos a nível regional e a questão de gênero em cargos de liderança. A intenção é contribuir para dar mais voz a mulheres e países em desenvolvimento nos processos de tomada de decisão nas instituições econômicas e financeiras internacionais. E assim colaborar para que o mundo possa ter instituições mais eficazes, razoáveis e responsáveis.

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