G20

Maioria dos países do G20 perdeu posições no ranking IDH 2022 da ONU

Relatório da ONU destaca que as mudanças climáticas descontroladas e a crescente polarização contribuíram para um "impasse global", afetando também as nações mais ricas. Achim Steiner, administrador global do PNUD, ressalta a necessidade de cooperação internacional para enfrentar os desafios do século 21 e reduzir as desigualdades no desenvolvimento humano.

15/03/2024 07:00 - Modificado há 2 meses
Jacarta, capital da Indonésia. Junto com a República da Coreia, a China, o México e a Índia, o país subiu de posição no ranking do IDH da ONU em 2022. Foto: Mike W/Flickr
Jacarta, capital da Indonésia. Junto com a República da Coreia, a China, o México e a Índia, o país subiu de posição no ranking do IDH da ONU em 2022. Foto: Mike W/Flickr

A maioria dos países do Grupo das 20 maiores economias globais registraram queda no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas em 2022, de acordo com dados divulgados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). O relatório dá conta de que as mudanças climáticas descontroladas e as dificuldades das instituições de responder à crise, bem como a crescente polarização dentro dos países impuseram um “impasse global”, mesmo para as nações mais ricas do mundo. 

O IDH varia de zero a 1. Quanto mais próximo de 1, melhores são as condições de desenvolvimento humano nos países. A análise é realizada partir de dados sobre mercado de trabalho, educação, expectativa de vida, igualdade entre homens e mulheres, entre outros. 

Dos países-membros do G20, na comparação entre 2021 e 2022, a República da Coreia, a China, o México, a Indonésia e a Índia subiram no ranking de IDH. Com destaque aos mexicanos que subiram seis posições no índice. A Alemanha e a Itália mantiveram as posições. Os demais, como o caso do Brasil e da África do Sul, registraram queda entre os anos analisados pelo estudo.

De acordo com Achim Steiner, administrador global do PNUD, ainda é possível reduzir as desigualdades no que diz respeito ao desenvolvimento humano, mas o mundo precisa aprender algumas lições e “capitalizar nossas conexões globais, escolhendo a cooperação em vez do conflito”. 

“O Relatório mostra como a má gestão de interdependências transfronteiriças (a resposta à pandemia de Covid-19, por exemplo) está na raiz do muitos desafios contemporâneos, que vão desde a dívida em numerosos países de baixo e médio rendimento, às ameaças à segurança alimentar, a um sentimento generalizado de desempoderamento em todo o mundo”, pontua Steiner no documento. 

Reimaginar a cooperação global 

Nesta edição, o índice destaca que o desenvolvimento precisa superar as conquistas socioeconômicas e de bem-estar para permitir que as pessoas se sintam no controle de suas vidas, menos ameaçadas, e mais capacitadas para lidar com os desafios da conjuntura global. 

Faz ainda, uma defesa pela revisão das noções atuais de cooperação entre os países, indicando a necessidade de uma arquitetura conectada aos desafios do século 21 e da urgência de “repensar o financiamento internacional para complementar a ajuda aos países pobres e à assistência humanitária” em casos de emergência. 

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