FINANÇAS SUSTENTÁVEIS

G20 chega a consenso sobre facilitação do acesso aos Fundos Verdes

A iniciativa, discutida em Belém durante a reunião do grupo de Finanças Sustentáveis do G20, nesta semana, recebeu excelente receptividade e recomendações para implementação. Ampliação do acesso a esse recursos conecta a presidência brasileira do fórum às necessidades de países do Sul Global por financiamento para a transição ecológica justa.

10/07/2024 16:58 - Modificado há 3 meses
Cyntia Azevedo, do Banco Central do Brasil, Ivan Oliveira e Lívia Oliveira, do Ministério da Fazenda brasileiro, durante coletiva de imprensa em Belém do Pará, nesta semana. G20 chega ao consenso sobre a facilitação do acesso aos Fundos Verdes, prioridade brasileira no fórum | Foto: Audiovisual G20 Brasil
Cyntia Azevedo, do Banco Central do Brasil, Ivan Oliveira e Lívia Oliveira, do Ministério da Fazenda brasileiro, durante coletiva de imprensa em Belém do Pará, nesta semana. G20 chega ao consenso sobre a facilitação do acesso aos Fundos Verdes, prioridade brasileira no fórum | Foto: Audiovisual G20 Brasil

Técnicos dos países-membros do G20 chegaram ao consenso sobre a prioridade brasileira para a facilitação do acesso aos Fundos Climáticos, principalmente por pequenas e médias economias. Um dos focos do grupo de trabalho de Finanças Sustentáveis, que se reuniu esta semana em Belém, capital do Pará, o tema teve “excelente receptividade” e recebeu uma série de recomendações para implementação da medida já nos próximos meses. 

“Temos o endosso do G20 e um encaminhamento de como implementar essas recomendações para que os recursos que estão nesses Fundos de fato cheguem na conta e a sobre a segunda prioridade que toca um tema muito caro ao Brasil: que planos de transição (ecológica) sejam justos”, avaliou Ivan Oliveira, coordenador do GT e subsecretário de Financiamento ao Desenvolvimento Sustentável do Ministério da Fazenda do Brasil.

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Oliveira salienta que o G20 atuará para garantir que os recursos desses fundos cheguem e viabilizem uma série de projetos, que hoje não são implementados por falta de financiamento. “Essa é uma agenda que conecta ao Brasil com outros países em desenvolvimento, principalmente uma série de países pequenos que precisam acessar esses Fundos também para financiar sua transição”, defendeu o economista. 

Ivan contou ainda que no G20 os debates seguiram para proporcionar que, nos próximos anos, os Fundos Verdes geram impactos nas economias para ajudar a realizar planos de transição justa, reavaliando a forma como esses mecanismos levam dinheiro aos países e indicando possibilidades para melhorar esses fluxos. 

“Eles têm que ter programas mais estruturados, estratégicos e que reflitam as necessidades e interesses dos países em desenvolvimento, segundo a missão de cada fundo. A ideia aqui não é não mudar a governança, mas financiar o que de fato é prioritário e importante para nós, países em desenvolvimento, concluiu Oliveira. 

Soluções baseadas em natureza

A escolha de Belém para sediar a terceira reunião do grupo não foi à toa. A cidade, futura sede da COP 30 (Convenção-Quadro da ONU sobre Mudança do Clima), em 2025, abriga uma série de iniciativas e soluções baseadas na natureza, enfrentando a crise climática, e conectadas com os saberes tradicionais das comunidades locais, explicou a coordenadora-geral da Subsecretaria de Finanças Sustentáveis do Ministério da Fazenda, Lívia Oliveira.

“Toda região Amazônica é um enorme potencial para desenvolver soluções baseadas na natureza, como a preservação das florestas, se for feita de manejo sustentável. A gente consegue captar as emissões de gases efeito estufa e traz um benefício para o combate às mudanças do clima. Temos toda a cadeia de bioeconomia que também consegue ser um exemplo de instrumento de soluções baseadas na natureza. A discussão precisa evoluir muito e o Brasil é um exemplo é um potencial para esse tema”, disse.

Empresas sustentáveis 

O G20 também avançou na troca de experiência para a implementação de padrões globais de sustentabilidade que são necessários para que empresas, principalmente as pequenas e médias de economias emergentes, conquistem financiamento e recebam investimentos. De acordo com Cyntia Azevedo, chefe-adjunta do Departamento de Assuntos Internacionais do Banco Central do Brasil (BCB), o G20 tem sido fundamental para buscar soluções para solucionar esse desafio. “A gente traz experiências dos outros países e isso é muito importante porque é um momento que a gente tem para aprender um com o outro e forma de melhorar as nossas nossas práticas”, salientou.

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