G20 SOCIAL

Do movimento negro ao Banco Central: G20 Social e Trilha de Finanças realizam primeira reunião conjunta

Reunindo representações da sociedade civil das mais diversas áreas de interesse, o primeiro evento entre Trilha de Finanças e G20 Social congregou mais de uma centena de pessoas em São Paulo. Esse é o primeiro de cinco encontros previstos ao longo do ano nesse modelo.

09/02/2024 12:11 - Modificado há 3 meses
Foto: Audiovisual/G20
Foto: Audiovisual/G20

O primeiro dos cinco encontros que serão organizados entre a Trilha de Finanças do G20 e a sociedade civil ocorreu nesta quinta-feira (08), em São Paulo. O ciclo de encontros é uma iniciativa inédita da presidência brasileira do G20 e congregou mais de uma centena de pessoas presencialmente, além da participação online por meio de transmissão ao vivo pelo canal do Ministério da Fazenda no YouTube

Tatiana Berringer, responsável pela relação da Trilha de Finanças com a sociedade civil, fez a fala de abertura, indicando a importância do encontro. “A gente quer, enquanto governo, apresentar momentos e espaços que a gente coordene, mas que a sociedade civil tenha voz e que possamos pensar formas de incidência neste grande fórum que é o G20”, pontuou. Tatiana também destacou que espaços auto organizados também serão bem-vindos.

Durante o evento, Flávio Pazeto, do Ministérios das Relações Exteriores, anunciou mais um ineditismo da presidência brasileira do G20. "Pela primeira vez nós realizaremos uma reunião do G20 dentro da Organização das Nações Unidas (ONU), isso nunca ocorreu. Nós faremos isso dia 26 ou 27 de setembro, pela primeira vez o Brasil fará uma reunião do G20 dentro da ONU, não só fisicamente dentro da ONU, mas nós faremos uma reunião do G20 aberta aos demais 174 países. Isso é uma inovação", colocou Pazeto.

Participação Social 

Os movimentos sociais e representantes dos grupos de engajamento (GE) do G20 Social puderam compartilhar suas principais preocupações e tirar dúvidas. Marcus Barão, presidente do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve) e chair do Y20 – grupo de engajamento da juventude no G20 – acredita que a iniciativa é importante e se colocou otimista. "Nosso grupo existe desde 2010, nos organizamos e dialogamos há muito tempo com as temáticas debatidas no G20. O encontro de hoje concretiza essa intenção de ampliar a discussão da Trilha de Finanças com a sociedade civil”, opinou Barão. 

Nathalie Beghin, representante do Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC) fez coro à opinião de Barão. “Sem dúvida o governo brasileiro fez um gol ao impulsionar a participação social da forma como está impulsionando. E como foi explicado no evento hoje, o G20 Social é um processo que culmina em uma reunião de três dias no Rio de Janeiro na véspera da Cúpula de Chefes de Estado e que vai de diversas maneiras envolver a sociedade civil nos diversos espaços do G20. Isso é muito louvável sem dúvida, um processo que abre espaço pro contraditório”, colocou ela.

Para Raquel Vieira, União Afro Brasil (UAB), o espaço é de grande importância para o movimento negro. “Acredito que a maior importância da inclusão da sociedade civil no G20, para todos que fazem parte do movimento negro, é o conhecimento em si, de abordar todos esses assuntos e repassar pra gente também, pedindo a opinião para para certas demandas, para que seja um plano mais efetivo, para que possam ter as metas traçadas com mais exatidão do que realmente acontece na sociedade”, disse ela.

O G20 Social é uma iniciativa inédita da presidência brasileira em 2024. Foto: Kelly Fersan/Ministério da Fazenda
O G20 Social é uma iniciativa inédita da presidência brasileira em 2024. Foto: Kelly Fersan/Ministério da Fazenda

Apresentações

Durante a manhã, Tatiana Berringer (Ministério da Fazenda), Flávio Pazeto (Ministério das Relações Exteriores) e Gustavo Westmann (Secretaria Geral da Presidência da República) apresentaram, na primeira mesa, mediada por Jéser Abílio (Ministério da Fazenda), as características da presidência brasileira para o G20. 

“É preciso ampliar a participação social nesse processo e alavancar as possibilidades de interface com o G20. Essa é uma grande marca da presidência brasileira”, salientou Westmann. De acordo com os representantes, todos os eventos do G20 Social irão refletir na cúpula de governo. 

A mesa do período da tarde detalhou as propostas da Trilha de Finanças do G20. Mediada por Juliana Silva (Ministério da Fazenda), a mesa contou com a participação de Cynthia Azevedo (Banco Central), Felipe Antunes (Ministério da Fazenda), Laís Souza (Ministério da Fazenda) e Lucas Tasquetto (Ministério da Fazenda).

Antunes indicou que há um consenso mundial de que os atuais mecanismos para tratar a dívida precisam melhorar. Além disso, o coordenador dos grupos de trabalho (GT) de Tributação e de Arquitetura Financeira Internacional explicou que um dos objetivos da trilha é buscar formas de tornar os Bancos Multilaterais de Desenvolvimento (MDBs) maiores, melhores e mais eficientes. "Dentro da agenda financeira é preciso avançar para que tenhamos acesso e possamos utilizar tecnologias financeiras, mas com qualidade", complementou Cyntia Azevedo.

Após as duas mesas, o evento abriu o espaço de plenária, com reflexões e proposições sobre formas de enriquecer a participação social. Pelo Ministério da Fazenda falaram o subsecretário de Finanças Internacionais e Cooperação Econômica, Antonio Cottas; a assessora da Secretaria de Políticas Econômicas, Lígia Toneto; além de Tatiana Berringer e Felipe Antunes. Também participaram o chefe da Assessoria de Participação Social e Diversidade do Ministério das Relações Exteriores, Fabrício Prado; e o assessor especial da Presidência da República, Alexandre Pupo.