GT SAÚDE

Discussões para Aliança pela Saúde avançam no G20

Reunião presencial do Grupo de Trabalho da Saúde avançou com as propostas brasileiras de reduzir desigualdades e promover uma discussão permanente para enfrentar emergências de saúde. As propostas brasileiras preveem aliança para a produção regional de insumos, acordos entre os países para evitar a competição pela mão de obra nos serviços de saúde e promover a inovação no setor.

12/04/2024 07:00 - Modificado há 17 dias
A Ministra da Saúde, Nísia Trindade, participa do GT de Saúde do G20 Brasil. Fotos: Rafael Nascimento/MS.
A Ministra da Saúde, Nísia Trindade, participa do GT de Saúde do G20 Brasil. Fotos: Rafael Nascimento/MS.

O coordenador do GT de Saúde do G20, o embaixador Alexandre Ghisleni, fez um balanço da primeira reunião presencial do grupo no Brasil. Para o embaixador houve convergência para a criação da Aliança pela Saúde, o que vai demandar um debate permanente para estabelecer os critérios e a atuação em conjunto dos países. O encontro contou com a participação de 300 delegados e teve quatro dias de intensos debates para avançar com as propostas do país para o Grupo. 

As propostas brasileiras preveem aliança para a produção regional de insumos, acordos entre os países para evitar a competição pela mão de obra nos serviços de saúde e promover a inovação no setor. Ghisleni explicou que houve avanços para se propor mecanismos multilaterais para a promoção da Telemedicina e “foi de interesses de todos que os países com maior dificuldade possam trocar suas dívidas externas por ações locais em saúde”. 

A proposta da Aliança para a produção regional de insumos, prevê diversificar a produção para que nenhuma nação fique vulnerável e dependente de um pequeno número de países produtores de insumos estratégicos. “A proposta da Aliança foi muito bem aceita e no momento o debate está na definição de quais são os tipos de agravos que serão elencados”, informou o Coordenador do GT. A ideia é que os países estejam melhores preparados para enfrentar uma eventual emergência global. 

Um dos destaques é a produção de tecnologia e inovação para as doenças socialmente determinadas, que são influenciadas por questões como pobreza, fome e iniquidades sociais, como a tuberculose, hanseníase, malária e Doença de Chagas.A agenda converge as metas gerais da presidência do Brasil no G20 com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU).

Telessaúde e SUS Digital

A ministra da Saúde do Brasil, Nísia Trindade, participou presencialmente da reunião na segunda-feira (08) e defendeu que o Sistema Único de Saúde brasileiro (SUS) é um exemplo para o mundo. A sessão debateu como a telessaúde e os serviços digitais podem contribuir para os cuidados em saúde e acesso mais equitativo aos sistemas.

“O Brasil tem a convicção de que as tecnologias, quando usadas de forma significativa e com base em preceitos éticos, contribuem para o avanço dos sistemas de saúde e são uma grande aposta para o futuro dos países”, destacou Nísia. 

Ela também lembrou o lançamento do programa SUS Digital pela pasta e disse que a proposta do Brasil é alçar a saúde digital como base para o melhor atendimento da população e maior integração e capacidade de análise dos dados de saúde. A secretária de Informação e Saúde Digital, Ana Estela Haddad, reforçou a temática da saúde digital como prioridade da presidência brasileira no G20. “Destaco o reconhecimento e a importância que nosso país tem dado à telessaúde como forma de democratizar o acesso ao serviço e apoiar a cobertura universal de saúde”, disse.