Repórter: O enfrentamento à discriminação étnico-racial para o desenvolvimento figura entre as discussões do G20, que planeja aproveitar a experiência brasileira em políticas de promoção da igualdade racial para impulsionar debates pelos países-membros do fórum. A ideia é que o tema seja instituído nas ações para o combate à pobreza e às desigualdades e a transição energética justa.
O trunfo para impulsionar o debate global vem da proposta voluntária por um 18º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável sobre a promoção da igualdade étnico-racial, apresentada pelo governo brasileiro na Assembleia Geral da ONU, em 2023. Na ocasião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pontuou que a desigualdade é a raiz do racismo, da intolerância, da xenofobia e defendeu a urgência de enfrentá-los.
De acordo com análises do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), discriminação confere às populações negra e indígena os piores indicadores sociais e econômicos, com impacto importante para a economia do país.
Conforme Tatiana Dias, diretora de Avaliação e Monitoramento do Ministério da Igualdade Racial (MIR), o esforço do governo brasileiro, juntamente com a sociedade civil, de incluir esses elementos e temas como questão central para a estratégia para o desenvolvimento, junto com os demais países do G20, permite que haja mais cooperação mundial com esse propósito.
Tatiana Dias: Esse é um processo em curso em que a gente tem se beneficiado dessa escuta, tanto de especialistas como de representações da sociedade civil presentes na comissão nacional, mas de outras que não estão presentes, mas que tem dialogado com a temática étnico-racial ao longo do tempo na incidência nas agendas internacionais. Estar numa discussão no âmbito do G20, trazer essa pauta, em forma de cooperação internacional, reafirma o compromisso nacional do Brasil em compreender e agir para colocar a questão étnico-racial numa centralidade de desenvolvimento.
Repórter: A discussão aconteceu no âmbito do Grupo de Trabalho Desenvolvimento do G20 e contou com a participação de membros do governo brasileiro, organizações internacionais e representantes dos países-membros do fórum das maiores economias do mundo.
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