Boletim G20 Ed. 119 - Mudanças climáticas têm impacto na qualidade de vida dos trabalhadores
Mudanças climáticas têm exposto trabalhadores a doenças cardiovasculares, respiratórias e até câncer. Impactos alcançam 70% da força de trabalho do mundo, revela o estudo da Organização Mundial do Trabalho. Ouça a reportagem e saiba mais.
Repórter: As mudanças climáticas têm impacto direto na piora da qualidade de vida dos trabalhadores de todo o mundo. Eles estão mais expostos a diversos riscos à saúde e à segurança devido a eventos como exposição à radiação solar e a poluição do ar no local de trabalho, segundo relatório da Organização Mundial do Trabalho.
Para o pesquisador Atahualpa Blanchet, a transição justa é um dos conceitos em destaque para coordenar, internacionalmente, um conjunto de medidas para lidar de forma eficaz com as causas e efeitos das mudanças climáticas e seus impactos na classe trabalhadora e comunidades atingidas.
Atahualpa Blanchet: Nós estamos tratando de um dos principais eixos de debate proposto pela presidência do G20 exercida pelo Brasil em 2024. Nós temos aproximadamente 2,4 bilhões de trabalhadores expostos às situações como calor excessivo, radiação ultravioleta, fenômenos como tempestades, chuvas, secas, a questão da poluição do ar que vem gerando uma série de riscos à saúde e segurança dos trabalhadores. E ao mesmo tempo estamos apontando o caminho da cooperação internacional, da concertação por meio dos grupos de trabalho do G20, para desenvolver ações e políticas públicas marcadas no conceito de transição justa, que passa pela questão da transição energética, da digitalização, descarbonização da energia, bem como dos processos produtivos.
Repórter: Doenças cardiovasculares, respiratórias, câncer, disfunções renais e distúrbios mentais podem ser atribuídos à contaminação do ar no local de trabalho, alcançando cerca de 70% dos trabalhadores no mundo e causando, ao todo, mais de 860 mil mortes por ano. Trabalhadores em setores como agricultura, construção, transporte e serviços de emergência estão particularmente vulneráveis aos riscos das mudanças climáticas.
Atahualpa Blanchet: É possível, sim, por meio de ações como o Brasil vem desenvolvendo na nova indústria, gerar uma economia com menos emissões de carbono, com maior digitalização, com o uso da inteligência artificial, buscando, acima de tudo, promover desenvolvimento, reduzir as desigualdades e proteger a saúde e segurança dos trabalhadores.
Repórter: Nesse cenário, Transição Justa é um dos conceitos em destaque nas discussões do G20 para coordenar, internacionalmente, um conjunto de medidas para lidar de forma eficaz com as causas e efeitos das mudanças climáticas e seus impactos na classe trabalhadora e comunidades atingidas.