INICIATIVA DE BIOECONOMIA

Bioeconomia pode contribuir para um novo ciclo de prosperidade, defendem ministras e Janja Lula

Na abertura da reunião da Iniciativa Global de Bioeconomia do G20, as ministras Marina Silva, do MMA e Luciana Santos, do MCTI, e Janja Lula da Silva, socióloga e primeira dama do Brasil, enfatizaram a importância da bioeconomia como caminho essencial para enfrentar crises climáticas como a vivida atualmente no Sul do Brasil.

07/05/2024 15:07 - Modificado há 12 dias
Ministras brasileiras Marina Silva, Luciana Santos e a socióloga Janja Lula defendem a bioeconomia para o crescimento econômico sustentável e justo | Foto: Audiovisual do G20 Brasil
Ministras brasileiras Marina Silva, Luciana Santos e a socióloga Janja Lula defendem a bioeconomia para o crescimento econômico sustentável e justo | Foto: Audiovisual do G20 Brasil

O papel estratégico da bioeconomia para assegurar a defesa da biodiversidade e incluir os saberes das comunidades tradicionais nos setores econômicos foi defendido pelas ministras brasileiras Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas (MMA); Luciana Santos, do Ministério da Ciência e Tecnologia e Informação (MCTI); e Janja Lula da Silva, socióloga e primeira dama do Brasil, na abertura da reunião presencial da Iniciativa Global de Bioeconomia do G20, nesta quarta-feira (07), em Brasília. 

Os efeitos devastadores da crise climática no Rio Grande Sul foram o pano de fundo para a defesa da bioeconomia como um caminho para promover o desenvolvimento sustentável e enfrentar os efeitos extremos das mudanças do clima. Para Marina Silva, é o momento de abandonar os modelos insustentáveis por uma abordagem mais holística para lidar com a degradação ambiental. "A ação humana no meio ambiente foi e ainda continua sendo a tal ponto impactante que não nos bastará apenas adaptar e mitigar mas, sobretudo, transformar”, disse. 

“Essa transformação passa necessariamente por profundas mudanças em nossos modelos insustentáveis de desenvolvimento, que nos leva a formas mais resilientes de uso dos recursos naturais, onde a bioeconomia, a partir do uso sustentável dos recursos da biodiversidade, pode decisivamente contribuir na criação de um novo ciclo de prosperidade, gerando emprego e renda para nossas sociedades, ao mesmo tempo em que ajuda na redução para assegurar o uso da biodiversidade pelos setores econômicos, com justa partilha de benefício às comunidades indígenas e locais”, indicou Silva. 

“Essas tragédias cada vez mais frequentes no Brasil e em todos os continentes, mas com impactos mais devastadores exatamente em países em desenvolvimento, nos impõe uma responsabilidade ainda maior com formas mais sustentáveis de produção que reduzem as emissões de gases do efeito estufa e combatem as mudanças climáticas”, asseverou a ministra Luciana Santos. 

Para Marina Silva, é o momento de abandonar os modelos insustentáveis por uma abordagem mais holística para lidar com a degradação ambiental. "A ação humana no meio ambiente foi e ainda continua sendo a tal ponto impactante que não nos bastará apenas adaptar e mitigar mas, sobretudo, transformar”, disse.

Bioeconomia e inclusão social

De acordo com Santos, como poucos países no mundo, o Brasil dispõe de condições favoráveis para o desenvolvimento de uma bioeconomia circular e sustentável, por possuir grande biodiversidade. A ministra destacou ainda o papel do conhecimento, desde os saberes dos povos tradicionais até os avanços recentes da ciência e tecnologia como fundamentais para garantir que a bioeconomia contribua, também, para a inclusão social. 

“A bioeconomia é tema estratégico para o desenvolvimento sustentável da nossa estratégia nacional de ciência, tecnologia e inovação. Queremos que esses conhecimentos de tecnologias estejam à disposição de todos os países, com atenção especial ao Sul Global, por meio da transferência de tecnologia e com o desenvolvimento de novos produtos sustentáveis e inovadores. Com capacidades amplamente disponíveis, teremos condições de garantir a descarbonização da economia e responder a novas pandemias, fazer a transição energética e combater as mudanças climáticas e a perda da biodiversidade”, defendeu.

Janela de oportunidades

Janja Lula da Silva disse acreditar que a bioeconomia pode ser um meio para o processo de reconstrução das áreas atingidas pela inundação no Rio Grande do Sul, por se tratar de um “novo paradigma produtivo e econômico” que precisa ser explorado. “A bioeconomia é tarefa urgente, mas só terá continuidade se as novas gerações estudarem e pensarem nesse novo paradigma. Tanto nos países quanto no plano da cooperação internacional, devemos trabalhar juntos e juntas para aproveitar essa janela de oportunidade para desenvolver caminhos justos e sustentáveis. Só assim seremos capazes de reduzir as desigualdades e combater as mudanças climáticas”, disse. 

A socióloga apontou também que há potencial na bioeconomia para a geração de emprego digno, renda e conhecimento econômico, desde que sejam garantidos o planejamento focado no equilíbrio entre o uso e a preservação dos recursos naturais a longo prazo; a construção da capacidade do Estado para elaboração de políticas públicas; a participação das populações vulnerabilizadas, principalmente das mulheres, e o respeito ao seus saberes tradicionais;  que os benefícios e riquezas gerados sejam distribuídos igualmente; e a incorporação do conceito e práticas nos sistemas educacionais. 

Também participaram da mesa o embaixador André Corrêa do Lago, secretário do Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores (MRE), e Rodrigo Rollemberg, novo secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Janja Lula da Silva disse acreditar que a bioeconomia pode ser um meio para o processo de reconstrução das áreas atingidas pela inundação no Rio Grande do Sul, por se tratar de um “novo paradigma produtivo e econômico” que precisa ser explorado.

Veja também

Carregando