SUSTENTABILIDADE CLIMÁTICA E AMBIENTAL

Imersão no Cerrado: GT oferece experiência a representantes dos países do G20

O Grupo de Trabalho de Sustentabilidade Climática e Ambiental, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, ofereceu ao fim de seu primeiro dia de reunião presencial (12), por meio de música, exposição fotográfica e culinária, uma experiência no bioma Cerrado aos representantes dos países do G20 que estiveram em Brasília/DF para primeira reunião presencial do grupo

14/04/2024 17:00 - Modificado há 7 meses
A instalação de uma oca, com exibição audiovisual na parte interna, fez parte da experiência. Foto: Audiovisual/G20

O Cerrado, que contrasta períodos de chuva e de seca, que é casa do lobo-guará e região em que o pequi e o baru fazem parte da culinária, foi o protagonista ao fim do primeiro dia de reunião presencial do Grupo de Trabalho (GT) de Sustentabilidade Climática e Ambiental. O GT é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), na Trilha de Sherpas. 

Na sexta-feira (12), os representantes dos países-membros e convidados do G20, após um longo dia de debates, que perpassam uma iniciativa de mecanismo global para o financiamento de florestas, a questão de adaptação emergencial e preventiva aos eventos climáticos extremos e assuntos relacionados aos oceanos, puderam conhecer um pouco mais do bioma que engloba a cidade de Brasília/DF, sede do encontro.

A exposição “Futuro Ancestral - Luz para os Povos e Comunidades Tradicionais” teve a abertura realizada pela Secretaria de Povos e Comunidades Tradicionais do MMA, Edel Moraes, que salientou a importância destes povos para a preservação e o pensamento ambientais. “Nossa proposta aqui é mostrar para vocês para quem que a gente está discutindo, para quem que a gente está trabalhando. São esses povos e comunidades que fazem a conservação. E nesse momento que o mundo atravessa, com as mudanças climáticas, nós precisamos pensar nessas pessoas”, disse a Secretaria.

“Nada melhor para discutir nossos temas que trazer o papel dos povos que contribuem para a sustentabilidade, preservação e regeneração dos nossos ecossistemas, mas que ainda são populações vulneráveis, que devem ser melhor incluídas em nosso processo econômicos. Então, foi com essa ideia que trouxemos essa ideia aqui em em Brasília, no coração do Cerrado”, complementou André Aquino, representante executivo do MMA no G20.

Para além da exposição fotográfica, que mesclou retratar a vida dos povos indígenas e a vida e a produção do povo do Cerrado, foi apresentado uma instalação de oca, que convidada os presentes a adentrar o mundo dos povos e comunidades tradicionais por meio de experiências visuais e táteis, com exibição de vídeo e uso de materiais orgânicos e tradicionais, resgatando a cultura da madeira, terra, palha e trabalhos manuais. Antes mesmo da inauguração, a Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, visitou o ambiente.

A Ministra Marina Silva, também aproveitou para conhecer a exposição. Foto: Felipe Werneck/MMA
A Ministra Marina Silva, também aproveitou para conhecer a exposição. Foto: Felipe Werneck/MMA

A exposição foi uma organização do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), em uma parceria junto ao MMA, ao Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), à Central do Cerrado, o Serviço Florestal Brasileiro, à Agência Kabe e a Fundação Pró-natureza.

Mais que uma exposição

 O Pé de Cerrado realiza apresentações diversas e já representou o Brasil em eventos internacionais. Foto: Audiovisual/G20
O Pé de Cerrado realiza apresentações diversas e já representou o Brasil em eventos internacionais. Foto: Audiovisual/G20

A fim de oferecer uma experiência completa aos convidados, a construção sonora ficou por parte do premiado Grupo Cultural Pé de Cerrado, que há mais de 20 anos apresenta uma mescla de teatro, dança, poesia e folclore, com canções populares, autorais, instrumentais e releituras. O grupo brasiliense iniciou seus trabalhos em 1999, após seus primeiros integrantes realizarem a trilha sonora da peça "A Pena e a Lei", de Ariano Suassuna.

Já a culinária ficou por conta da Central do Cerrado, que trabalha em um conceito de produção ecossocial, com mais de 250 produtos de origem de diversas organizações comunitárias que desenvolvem atividades a partir do uso sustentável da biodiversidade do Cerrado e da Caatinga. O cardápio valorizou ingredientes como o pequi, jatobá, babaçu, umbu, baru e mangaba. 

“A ideia é também girar a bioeconomia, fazer eles vivenciarem essa história, essa cultura, porque nosso tema é Sustentabilidade Climática e Ambiental, então trazer esses elementos para o espaço”, colocou Helga Yamaki Salemi, produtora responsável pela exposição.

Próximos encontros

Este foi o primeiro encontro presencial do GT de Sustentabilidade, que ainda se reunirá em junho em Manaus/AM, e em outubro no Rio de Janeiro/RJ. A proposta é que em ambos os encontros exposições e experiências similares sejam oferecidas, valorizando a biodiversidade e a cultura das regiões, respectivamente a Amazônia e a Mata Atlântica.

O Cerrado

Este é o segundo maior bioma brasileiro, considerado o “berço das águas”, devido  sua importante hidrografia. No coração do Brasil, o bioma é uma das biodiversidades mais ricas do mundo, que contribui para o clima e o equilíbrio hídrico da América do Sul. Cobrindo 25% do território brasileiro, sua vegetação, com raízes profundas, é essencial para a manutenção do clima. Além disso, as suas espécies vegetais e animais têm um enorme potencial alimentar e medicinal. A diversidade cultural também é imensa e o povo da região é responsável pela manutenção de grande parte da biodiversidade.