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Brasil propõe debate sobre Inteligência Artificial na ONU e no G20

Encontro do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia reuniu especialistas para debater eixos temáticos vinculados à IA que contemplem a agenda do Sul Global.

07/03/2024 19:42 - Modificado há 6 meses
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva na 1ª Reunião do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, no Palácio do Planalto. Crédito: Divulgação G20

Nesta quinta-feira (07), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva coordenou a 1ª Reunião do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CNCT), centrada nos progressos e desafios da Inteligência Artificial (IA) no Brasil. O Presidente pediu ao grupo de especialistas uma proposta para o Brasil apresentar na Conferência das Nações Unidas em setembro. Lula defendeu a posição estratégica brasileira, como presidente do G20 e do Brics no ano que vem, e a  importância de pautar nesses fóruns a agenda do Sul Global,  com as iniciativas de inovação, para ele “não podemos seguir de reboque nesta área”.  Para ele, “muitas vezes a gente deixa de fazer as coisas porque pensamos demais, teorizamos demais. Precisamos pensar e agir. Precisamos de uma política concreta em inteligência artificial”.

O CNCT, órgão consultivo de assessoramento superior da Presidência da República, tem como objetivo principal promover a ciência, tecnologia e inovação como pilares essenciais para o desenvolvimento nacional. Na reunião, estava presente o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e a ministra da Ciência e Tecnologia Luciana Santos, além de ministros, autoridades e especialistas que se reuniram para discutir o papel da Inteligência Artificial no avanço científico e tecnológico do Brasil, explorando os caminhos para impulsionar a inovação e o desenvolvimento. Na pauta estão os desafios da integridade da informação, necessidade de regulação internacional e transição para uma economia verde e sustentável.

Sob a liderança de Lula, a reunião abordou as principais questões relacionadas à IA, incluindo desafios digitais, aplicações e riscos, impacto no mercado de trabalho e integridade da informação.

A ministra Luciana Santos, destacou a importância dos avanços da IA no país. “Precisamos adaptar a nossa indústria para o avanço tecnológico. A IA já é aplicada em diversos campos, como a saúde e a educação”. Para o Brasil ser autônomo nesta área, é necessário “ter produção de IA e não só utilizarmos esta tecnologia, para evitar o abismo entre os países”, defendeu a ministra. 

Roseli Figaro, coordenadora do Centro de Pesquisa em Comunicação e Trabalho, acredita que, “a IA é a fronteira internacional atualmente em disputa e precisa urgentemente de regulação. O Sul Global tem sido o espaço para a exploração dos recursos (minerais e ambientais) para a construção da infraestrutura necessária (para a implantação da rede de comunicação necessária) e extração de dados com remuneração barata”. Virgilio Augusto Fernandes Almeida, da Universidade Federal de Minas Gerais, defendeu que, “devemos procurar uma inteligência artificial para o Humano, que combina a capacidade humana com a inovação e não ser substituída por ela.” Laura Schertel, pesquisadora da Universidade Federal do Paraná, analisou os impactos da IA e os riscos que ela pode apresentar para os direitos humanos e o papel das instituições. 

Durante a reunião foram estabelecidas as comissões temáticas do Conselho, responsáveis por elaborar a Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (Encti) até 2030. O CNCT, reformulado pelo presidente Lula em 2023, busca fortalecer o papel do Brasil como líder em inovação e desenvolvimento científico.

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