Representantes de grupos de trabalho do G20 visitam favela no Rio e escutam lideranças sobre inclusão de mulheres e prevenção de desastres
Comitiva formada por representantes dos grupos de trabalho de Empoderamento de Mulheres e de Redução do Risco de Desastres do G20 conheceu áreas de risco e iniciativas comunitárias realizadas na favela do Alemão, no Rio de Janeiro.
Em ação que reforça o compromisso com a inclusão social, o G20 esteve no Complexo do Alemão, favela localizada no Rio de Janeiro, no sábado (14), para dialogar com lideranças locais. A comunidade apresentou o Plano de Ação Popular do Complexo do Alemão e o encontro incluiu debates sobre o Plano Comunitário de Redução de Risco e o Prêmio Periferia Viva, além da leitura da Carta das Favelas, com demandas e propostas sobre os temas.
O encontro foi promovido pelos ministérios brasileiros das Mulheres, das Relações Exteriores (MRE), das Cidades e da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), que coordenam os Grupos de Trabalho de Empoderamento de Mulheres e de Redução do Risco de Desastres do G20. A comitiva conheceu áreas de risco e iniciativas comunitárias, destacando a importância de políticas que deem voz às mulheres e aos moradores.
O grupo visitou pontos sensíveis da comunidade onde há riscos de desabamentos, além de ver de perto os resultados das últimas ações do poder público federal no local, como as primeiras obras de contenção do primeiro Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
"O objetivo é mostrar a importância do investimento na gestão e na prevenção de riscos. Afinal, nós sabemos que a maior parte das pessoas que vivem em comunidades e que são impactadas por desastres, são as pessoas mais pobres e vulneráveis, população preta, periférica e de favelas, como a do Complexo do Alemão", explicou o secretário nacional de Periferias (SNP) do Ministério das Cidades, Guilherme Simões Pereira.
Uma das iniciativas desenvolvidas pela comunidade foi apresentada pela moradora do Complexo do Alemão, a assistente social Lucia Cabral, foi a publicação Mulheres na Linha de Frente, fruto de iniciativa autogestionada pelas mulheres da comunidade. "Por serem mulheres e por vivenciarem a economia, a educação, a saúde e outras políticas, elas construíram esse resumo de tudo que a gente vem sinalizando como necessário para uma construção mais profunda. Porque a gente tem que partir desse pressuposto, da favela para o asfalto", disse. O documento lista políticas de educação, saúde da mulher, combate à violência obstétrica, entre outros.
Com a cartilha em mãos, Maria Helena Guarezi, secretária-executiva do Ministério das Mulheres e coordenadora do Grupo de Trabalho de Empoderamento de Mulheres do G20, reforçou o compromisso do Ministério e do GT com a inserção de mulheres nos espaços de poder e decisão. "O nosso Grupo de Trabalho fez o exercício de levar uma proposta aos demais grupos para que a inserção de mulheres seja uma voz uníssona dentro do G20. Vai discutir qualquer tema? Então, como as mulheres podem participar? Porque sem elas não haverá igualdade", disse.
O diálogo será transformado em um relatório que será entregue às delegações do G20. "O objetivo é mostrar a importância do investimento na gestão e na prevenção de riscos. Afinal, nós sabemos que a maior parte das pessoas que vivem em comunidades e que são impactadas por desastres, são as pessoas mais pobres e vulneráveis, população preta, periférica e de favelas, como a do Complexo do Alemão", explicou o secretário nacional de Periferias (SNP) do Ministério das Cidades, Guilherme Simões Pereira.
Trajeto da visita
Depois de conhecer a sede do Instituto Raízes em Movimento, a comitiva fez uma visita à Travessa Laurinda, área de risco selecionada para investimentos através do Novo PAC - Urbanização de Favelas; depois, conferiu o estado atual do teleférico que está desativado desde 2016; e conheceu a horta comunitária desenvolvida em parceria com a Secretaria Nacional de Periferias (SNP) do Governo Federal e com o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O Governo Federal vai investir mais de R$ 140 milhões no Complexo do Alemão através do Novo PAC - Urbanização de Favelas. Desta vez, diferentemente das ações do primeiro PAC, todas as obras serão realizadas dando voz à comunidade. "Estamos desenvolvendo um Plano Comunitário de Gestão de Risco. Então, a gente tem uma perspectiva muito boa de mudar a realidade aqui e a partir dos próprios moradores", explicou Alan Brum. Alan é morador e líder comunitário do Complexo do Alemão, co-fundador do Instituto Raízes em Movimento, sociólogo e doutorando em Planejamento Urbano IPPUR/UFRJ.
Com informações dos ministérios da Integração e do Desenvolvimento Regional e das Mulheres do Brasil