PESQUISA E INOVAÇÃO

GT de Pesquisa e Inovação promove seminário internacional sobre florestas tropicais: Amazônia como palco e tema dos debates

Começou nesta terça-feira (17), o Seminário Internacional sobre a Amazônia e as Florestas Tropicais, evento que compõe a programação do Grupo de Trabalho em Pesquisa e Inovação do G20 em Manaus, capital do Amazonas. Em parceria com demais organizações, o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil debate o presente e o futuro das florestas responsáveis pela regulação do clima global.

17/09/2024 14:00 - Modificado há 19 dias
Os painéis no Seminário ocorrem nos dias 17 e 18 de setembro, no INPA. Foto: Audiovisual/G20
Os painéis no Seminário ocorrem nos dias 17 e 18 de setembro, no INPA. Foto: Audiovisual/G20

Já não é um debate recente qual importância das florestas tropicais na minimização dos impactos causados pelas mudanças climáticas. Mas como estas florestas, mesmo que zerem o desmatamento, sofrem com a crise climática? Este é um dos principais tópicos em discussão no Seminário Internacional sobre a Amazônia e as Florestas Tropicais, evento paralelo do Grupo de Trabalho (GT) em Pesquisa e Inovação do G20 que começou hoje (17), em Manaus, no coração amazônico. 

Os debates, que irão explorar questões como descarbonização, conhecimento tradicional e combate às desigualdades na ciências, diversidade biológica, inovação aberta e bioeconomia ocorrem, até amanhã (18), no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), em um cenário que ilustra, na fauna e na flora que circundam o auditório, os desafios urgentes e inegáveis que não somente as florestas enfrentam, mas o mundo. Isto, uma vez que estas florestas são responsáveis pela regulação do clima global. Além do Brasil, mais de 60 países pelo mundo também são constituídos por florestas tropicais em sua geografia.

“Como as mudanças climáticas vão influenciar a biodiversidade? Como que nós podemos fazer desenvolvimento sustentável, mas também desenvolvimento inclusivo? Nós não podemos esquecer que na Amazônia vivem milhões de pessoas e esses milhões precisam ter acesso aos bens da civilização. Ou seja, nós precisamos defender um novo modelo de desenvolvimento e quando nos deparamos com estas questões grandes não tivemos dúvida alguma de propor esse Seminário”, defendeu Osvaldo Moraes, diretor do Departamento para o Clima e Sustentabilidade do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que coordena os trabalhos do GT durante a presidência brasileira.

Na mesa de abertura, temas como o papel das florestas, pelo prisma humano, a um mundo mais equitativo; o valor da ciência a avanços de proteção ambiental e o imperativo de discussões que levem a aplicações materiais foram levantados A necessidade do fortalecimento das colaborações entre governos, entidades da sociedade civil e empresas para o alcance dos objetivos imediatos e a médio e longo prazo também foi tratado pelos painelistas.

Amazônia: palco e objeto dos debates

“Temos que mudar a forma e o processo de produção, porque isto segue afetando de maneira drástica o nosso meio ambiente. Chegamos em um momento em que isto não se questiona mais, em que não há qualquer dúvida do ponto de vista científico da necessidade de se trabalhar em qualquer segmento a questão ambiental, o desenvolvimento sustentável. São os impactos que as ações humanas, sobretudo produtivas, que vem provocando no planeta este resultado que hoje é visível no Brasil”, colocou Vanessa Grazziotin, diretora executiva da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA).

“O país e a Amazônia, em especial, vem vivendo pelo seu segundo ano consecutivo, na primeira vez na história, uma seca extrema, o que não apenas traz problemas ao meio ambiente, mas leva à fome, à falta de acesso à água potável para muitas comunidades que vivem exatamente na região que detém a maior reserva de água de superfície do planeta, é inacreditável”, complementou Grazziotin, que ainda explicitou a imprescindibilidade de uma compreensão das fronteiras como uma delimitação humana aos países, e não como uma condição da floresta, que é única.

Desde 1995, a OTCA, formada por oito países amazônicos (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela) é o único bloco socioambiental da América Latina. Em diálogo com os países do G20, sete dos oito países estão com delegações envolvidas no Seminário, aprofundando conexões com demais representações internacionais. 

O Seminário é uma organização do MCTI em parceria com a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII).

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