G20 avança em consenso sobre reforma dos bancos multilaterais de desenvolvimento e ampliação do debate sobre dívida externa
Em Fortaleza, o G20 acordou incluir países devedores nos debates sobre dívida externa, reformar os Bancos Multilaterais de Desenvolvimento (MDBs) para ampliar a capacidade de investimento em países do Sul Global. As propostas brasileiras de troca de dívidas por investimentos e cláusulas de suspensão de dívidas em caso de eventos climáticos extremos também foram temas discutidos.
As prioridades brasileiras no G20 sobre a inclusão dos países devedores nos debates sobre dívida externa e a reforma dos Bancos Multilaterais de Desenvolvimento (MDBs, na sigla em inglês) atingiram consenso entre os países-membros do fórum, durantes debates da reunião do grupo de trabalho Arquitetura Financeira Internacional do fórum, que aconteceu nesta semana em Fortaleza, capital do Ceará.
"Reforçamos o consenso do ponto de vista dos países devedores à perspectiva tradicional de concertação entre os credores. O Brasil tem algumas propostas inovadoras como a troca das dívidas por investimento que possam aliviar, mitigar o peso da dívida pelos países devedores e também cláusulas de suspensão da dívida em decorrência de desastres climáticos”, explicou a embaixadora Tatiana Rosito, coordenadora da Trilha de Finanças do G20.
Nesse sentido, a embaixadora destacou que a reunião que incluiu especialistas africanos, representantes do Benin, Quênia, Nigéria, do Banco Africano de Desenvolvimento, e dos países-membros do G20 “foi um passo importante na construção de um consenso global sobre questões financeiras e de desenvolvimento”.
MDBs melhores, mais ágeis e eficazes
Representantes dos MDBs e de bancos regionais também participaram dos debates, aprofundando o papel central dessas instituições para promover transformações necessárias e enfrentar os desafios globais. Rosito ressaltou que o grupo avançou no roteiro para fortalecer a capacidade desses bancos para alavancar financiamento maciço de recursos para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, bem como as metas do Acordo de Paris e da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas.
A reunião também abordou a relação entre o GT e as forças-tarefa estabelecidas pela presidência brasileira do G20, sob orientação do presidente Luís Inácio Lula da Silva. "Essas forças-tarefas visam a dar um novo impulso, não só a mecanismos programáticos, a entender melhor como perseguir esses objetivos de acabar com a fome, a pobreza e lutar contra as mudanças climáticas, mas também de mobilizar recursos. E aí, o papel dos bancos multilaterais é muito importante", detalhou a embaixadora Rosito.