Em Belém, expectativa é por consenso sobre ampliação do acesso ao financiamento para transição ecológica
G20 Brasil espera por consenso por financiamento para a transição ecológica e soluções substantivas para manter a floresta e suas populações em equilíbrio com o desenvolvimento sustentável. Sede da COP 30, a capital do Pará já realiza políticas em infraestrutura resiliente contra os efeitos da crise do clima.
Em Belém, o consenso sobre a ampliação do acesso aos Fundos Verdes é crucial para financiar projetos de transição ecológica, com justiça social e soluções de baixo impacto ambiental. A presidência brasileira do G20 confia no consenso sobre ampliação do acesso dos países do Sul Global aos Fundos Verdes e uma caixa de ferramentas com soluções baseadas em natureza e com baixo impacto ambiental que podem ser implementadas em diferentes contextos na terceira reunião do grupo de trabalho Finanças Sustentáveis, que acontece esta semana em Belém, capital do Pará.
Ivan Oliveira, coordenador do GT que integra a Trilha de Finanças, salientou que o grupo está focado na consolidação de entregas significativas aos países-membros do fórum para garantir financiamento aos projetos de transição ecológica com justiça social. “Queremos que a agenda de transição justa seja incorporada em definitivo pelo mundo. Não basta reduzir carbono, temos que manter a floresta em pé, manter as pessoas que vivem na floresta e vivem da floresta bem, em um processo de desenvolvimento mais integrado com a natureza”, disse o economista.
Oliveira explicou ainda que o que ajuda a sustentar a concretude das entregas do fórum sobre finanças sustentáveis é o secretariado do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e ter os Estados Unidos e a Índia como co-chairs do GT, potências que ajudam a encontrar soluções e “um conjunto direto em fluxos de investimentos e recursos”, disse.
Belém sustentável
De acordo com Edmilson Rodrigues, prefeito de Belém, a cidade tem 72% do território total submetido a alagamentos, que incluem as Baixadas de Belém, na parte continental, e as ilhas. Mais da metade da população vive em áreas alagáveis, o que aprofunda a importância de soluções urbanísticas baseadas em natureza. A cidade se prepara para sediar a COP 30 (Convenção-Quadro da ONU sobre Mudança do Clima), em 2025.
“Nós já temos hoje uma sociedade mundialmente cada vez mais consciente de que a crise climática não é apenas uma preocupação acerca do futuro e que é necessário mais do que mitigar, mas buscar caminhos alternativos para o desenvolvimento. Naturalmente, o financiamento climático é algo fundamental e para nós do Sul Global que estamos vendo a crise se abate contra as populações mais carente”, pontuou defendendo como orientador o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.
Rodrigues elencou ações de infraestrutura resiliente aos efeitos das mudanças climáticas que vêm sendo implementadas na cidade, com financiamento de bancos multilaterais de desenvolvimento, como o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), e acordos de cooperação internacional com a União Européia e o governo da Espanha, que fazem parte do G20. “É um esforço da municipalidade para conseguir recursos de várias fontes e investir nessa infraestrutura sustentável fundamental para tirar a população da situação de risco. É um esforço permanente de debate para que não se estabeleça no território”, observou o prefeito.