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Diário de Bordo “às avessas” - Parte 1

O Diário que aqui se escreve não segue o tempo cronológico das âncoras levantadas, mas um fluxo invertido, em que a terra anuncia a viagem e a história se revela antes de as velas se abrirem ao vento.

21/10/2024 18:29 - Modificado há 12 dias
Veleiro Vitória Régia desembarca de Florianópolis, para traçar o seu novo trajeto: Rota Brasil. Foto/Divulgação: Voz dos Oceanos
Veleiro Vitória Régia desembarca de Florianópolis, para traçar o seu novo trajeto: Rota Brasil. Foto/Divulgação: Voz dos Oceanos

Na Rota Brasil, a bússola aponta para o futuro, mas o caminho se traça no presente, onde cada onda e cada gesto ecoam um propósito maior. À bordo do Vitória Régia, barco feito à mão no estado do Pará, norte brasileiro, a Família Schurmann embarca em jornada inovadora e única. Um caminho de saber que propõe ecoar as vozes de todos os que cuidam e preservam os oceanos. As palavras escritas carregam mensagem daqueles que acreditam em um planeta mais justo, destinada aos representantes das maiores economias do mundo, por meio do projeto Voz dos Oceanos.

Diferente dos diários de bordo convencionais, o “Diário às avessas” do G20 Brasil se inicia por terra, na cidade brasileira de Florianópolis, onde o projeto R3 Animal resgata, reabilita e reintroduz animais selvagens ao seu habitat. A Família Schurmann embarca nesse projeto, que representa um grito de resistência contra a destruição da natureza. O pinguim preso em uma rede de pesca ou a gaivota intoxicada por microplásticos não são acidentes isolados, senão reflexo de problema global: a necessidade de conservação e do uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos, um dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS14). 

Voz dos Oceanos e Projeto R3 Animal trocam experiências sobre o mundo oceânico. Foto/Divulgação: Voz dos Oceanos
Voz dos Oceanos e Projeto R3 Animal trocam experiências sobre o mundo oceânico. Foto/Divulgação: Voz dos Oceanos

A Costa da Lagoa, como é chamada a enseada de Florianópolis, parece um paraíso intocado, cercada pela Mata Atlântica; no entanto os mares escondem uma realidade perturbadora: “as ilhas de plástico”. São concentrações imensas de resíduos que se espalham pelos oceanos. O impacto é devastador - milhares de animais marinhos morrem todos os anos, confundindo essas partículas de lixo com alimento, afirma Cristiane Kolenikovas, médica veterinária e presidente da associação R3 Animal.

Nesse projeto, o ambiente educacional foi construído com os resíduos plásticos coletados nas praias de Santa Catarina, mostrando que a frase clichê: “não existe fora”, continua na ordem do dia. Mapas da Ilha de Florianópolis foram feitos com tampinhas plásticas, coletadas em apenas um dia na Praia da Galheta. O projeto é mais que uma resposta emergencial: é tentativa de reconstruir a relação entre humanos e natureza.  Na sua participação do POD 20, a coordenadora Simone Pennafirme dos Oceanos 20 propõe visão inovadora: os ecossistemas marinhos não são apenas parte da solução para a mitigação das mudanças climáticas, mas também agentes essenciais na adaptação às suas consequências. 

Com esses novos aprendizados, a Família Schurmann parte para o seu novo destino: Itajaí, um porto onde a educação ambiental se torna protagonista em alto-mar. A viagem segue adiante, levando a responsabilidade tanto de observar quanto de agir. Para o G20 Brasil, se trata não apenas de falar sobre o futuro, mas também de construir esse futuro. O mar, regulador da temperatura do planeta, precisa ser protegido, para o bem da vida marinha e para o equilíbrio de todo o sistema planetário.

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