PESQUISA E INOVAÇÃO

Cooperação internacional é crucial para preservação das florestas tropicais, indicam debates em Seminário do G20

Ao último dia do evento paralelo do GT de Pesquisa e Inovação, a aplicação do conceito de inovação aberta na cooperação internacional com foco na preservação e manejo sustentável das florestas tropicais foi o tema que balizou o primeiro painel do Seminário. O evento ocorreu no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), em Manaus, capital situada na Floresta Amazônica.

18/09/2024 16:02 - Modificado há 18 dias

No Seminário Internacional sobre a Amazônia e Florestas Tropicais, evento paralelo do Grupo de Trabalho (GT) em Pesquisa e Inovação do G20, em Manaus, capital do Amazonas, neste segundo e último dia de debates estiveram em pauta temas como bioeconomia, cooperação acadêmica e inovação aberta. Este último, eixo prioritário da presidência brasileira na coordenação do GT, que amanhã realiza sua reunião ministerial na cidade.

Sob a premissa básica de abrir o processo de inovação a todos, em um ambiente mais democrático e com livre fluxo de conhecimento, a inovação aberta ganhou impulso nos últimos anos com a ampliação dos processos de globalização e avanços das tecnologias de informação e comunicação. O modelo tem sido aplicado em diversas áreas, desde desenvolvimento de software até educação, saúde e energia. Em maio, na primeira reunião presencial de Pesquisa e Inovação sob a presidência do Brasil no G20, a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos, já havia destacado a importância da pauta. 

Boletim G20 Ed. 220 - Cooperação internacional é crucial na proteção de florestas tropicais

18 de setembro de 2024
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“É possibilidade que temos de aproveitar os saberes, independente dos estágios das pesquisas que estão sendo desenvolvidas, poder partilhar em uma grande convergência. A melhor maneira de usar a ciência a serviço de soluções a desafios comuns é garantir e possibilitar a troca e a cooperação. O espírito que move a inovação aberta é poder garantir que o conhecimento produzido seja socializado”, colocou a ministra na ocasião.

Assim, com a compreensão desta plataforma como meio para redução desigualdades e assimetrias no acesso e produção da ciência, tecnologia e inovação, bem como da garantia do direito ao desenvolvimento e a necessidade de respostas aos desafios globais em relação ao tema, é que o Seminário focou em investigar a aplicação do conceito de inovação aberta na cooperação internacional com enfâse na preservação e manejo sustentável das florestas tropicais. A mesa examinou modelos de colaboração entre instituições acadêmicas, governamentais e empresariais para o desenvolvimento e compartilhamento de conhecimentos e tecnologias voltados para a conservação e o uso sustentável desse bioma.

Márcia Perales, diretora-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), que coordenou o painel, destacou a iniciativa Amazônia+10, que trabalha pela promoção de ações convergentes de CT&I em prol do reflorestamento de áreas degradadas, o desenvolvimento de atividades agrícolas de baixa emissão de gases de efeito estufa e garantia de acesso a serviços básicos para as populações que habitam na região, entre outros objetivos. 

“A iniciativa extrapolou fronteiras. Hoje nós estamos em processo de divulgação final de um edital que mobilizou, para expedições científicas na Amazônia, 1.400 pesquisadores de 181 instituições de ciência e tecnologia, 19 estados brasileiros e três países. Reino Unido, Alemanha e Suíça. E essas expedições multidisciplinares não deixam de considerar algo muito importante, a capacidade técnica científica instalada na região. E ao valorizar essa capacidade, nós podemos avançar”, declarou ela. “A inovação aberta faz com que ganhemos tempos, compartilhe conhecimento, torne desnecessário novas coletas. Se dá em prol de uma ciência mais inclusiva, de uma ciência mais cidadã. Temos que discutir e enfrentar isto em nossas instituições”, acrescentou a pesquisadora ao fim do painel.

A conclusão das discussões apontou para a cooperação internacional como um fator crucial para abordar questões como o desmatamento, a degradação ambiental e a perda de biodiversidade, como motor de criação e promoção de estratégias inovadoras eficazes e sustentáveis para a proteção e manejo das florestas tropicais, em uma dinâmica de interlocução entre atores públicos, privados e civis. Os caminhos e princípios da inovação aberta seguem em debate na reunião ministerial de Pesquisa e Inovação, que encerra os trabalhos do grupo até a Cúpula de Líderes, em novembro, no Rio de Janeiro.

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