ECONOMIA DIGITAL

Brasil aposta na inclusão digital para reduzir desigualdades

A cidade de Maceió recebe esta semana a reunião do G20 sobre Economia Digital. O foco é a inclusão digital, conectividade e Inteligência Artificial. As negociações preparam a declaração ministerial, que será finalizada na sexta-feira (13). O documento destacará ações globais necessárias para o avanço digital.

09/09/2024 13:41 - Modificado há um mês
Reunião do Grupo de Trabalho de Economia Digital do G20 começa na cidade de Maceió. Entre os eixos prioritários, conectividade universal e significativa, governo digital, integridade da informação e uso da inteligência artificial para o desenvolvimento sustentável. Foto: Audiovisual G20 Brasil
Reunião do Grupo de Trabalho de Economia Digital do G20 começa na cidade de Maceió. Entre os eixos prioritários, conectividade universal e significativa, governo digital, integridade da informação e uso da inteligência artificial para o desenvolvimento sustentável. Foto: Audiovisual G20 Brasil

Maceió sedia, entre os dias 9 e 13 deste mês, a reunião técnica do Grupo de Trabalho de Economia Digital do G20, que discute temas relevantes para o desenvolvimento global. No primeiro dia do encontro, delegados dos países do G20, técnicos e especialistas dos ministérios envolvidos participam da reunião preparatória que abre caminho para os debates centrais.

Entre os eixos prioritários que serão tratados ao longo da semana estão a inclusão digital, conectividade universal e significativa, governo digital, integridade da informação e confiança no ambiente digital, além do uso da inteligência artificial para o desenvolvimento sustentável. 

O evento na capital do estado de Alagoas, no Nordeste brasileiro, reflete a importância de alinhar as nações às oportunidades e desafios da era digital. A discussão sobre a conectividade, um dos temas principais, destaca a necessidade de democratizar o acesso à internet, especialmente em países em desenvolvimento. A pandemia de Covid-19 expôs a lacuna digital entre nações, evidenciando a urgência de investimento em infraestrutura para permitir uma participação mais inclusiva na economia digital global.

O representante do Grupo de Trabalho de Economia Digital da Trilha de Sherpas do G20, embaixador Luciano Mazza de Andrade, do Ministério de Relações Exteriores (MRE), destaca o andamento das negociações que ocorrerão ao longo de três dias para preparar a reunião ministerial de sexta-feira (13). Ele enfatiza que os temas apresentados pela presidência brasileira foram bem recebidos pelos países do G20. O embaixador diz que o foco das discussões está na finalização da minuta da declaração ministerial e seus anexos, e expressa confiança no progresso e no espírito colaborativo entre as delegações. 

Boletim G20 Ed. 212

Mazza enfatiza que os temas apresentados pela presidência brasileira foram bem recebidos pelos países do G20. O embaixador diz que o foco das discussões está na finalização da minuta da declaração ministerial e seus anexos, e expressa confiança no progresso e no espírito colaborativo entre as delegações. 

Mazza menciona que, embora haja diferentes perspectivas, especialmente nos detalhes do texto, o trabalho está avançado e o arcabouço principal dos temas está quase finalizado. “A economia digital é cada vez mais relevante na vida cotidiana, desde o uso de celulares até questões como a inteligência artificial. O G20 busca sensibilizar a comunidade internacional sobre a importância desses temas e promover convergências entre os países para facilitar a adoção de soluções e práticas comuns”, salienta.

Conectividade Universal como prioridade

O G20, ciente dessa realidade de perspectivas distintas, foca na criação de políticas que incentivem o investimento em infraestrutura de internet, principalmente em áreas rurais e periféricas. O objetivo é garantir que o avanço tecnológico chegue a todos os setores da sociedade, beneficiando economias emergentes e em desenvolvimento. Durante as discussões do primeiro dia do evento em Maceió, o Brasil destacou a importância da inclusão digital como ferramenta essencial para diminuir as desigualdades sociais e promover o crescimento econômico, especialmente no contexto da América Latina. 

Hermano Barros Tercius, secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações do governo brasileiro (MCom), defendeu a criação de um conjunto de indicadores, incluindo a acessibilidade econômica à conectividade digital. Ele diz que isso é uma das metas do governo federal brasileiro. Um dos principais indicadores sugeridos, segundo o secretário, seria a definição de um percentual do orçamento familiar médio destinado à internet, tornando essa métrica mais concreta e objetiva. 

“A estratégia do governo brasileiro se concentra na expansão da conectividade nas escolas públicas, por exemplo, por meio do programa Estratégia Nacional das Escolas Conectadas. A maioria das escolas já possui algum tipo de conexão, mas o objetivo é conectar todas as 138 mil escolas públicas até o final de 2026, e que essa infraestrutura seja suficiente para o número de alunos, de modo a promover o uso digital para fins educacionais”, afirmou o representante do Ministério das Comunicações.

Conforme o evento se aproxima da conclusão, os representantes do Grupo de Trabalho de Economia Digital do G20 ressaltam a importância da colaboração internacional para o fortalecimento dos temas que envolvem este setor. Em 2024, as prioridades do grupo incluíram a realização de diversos eventos paralelos e a produção de relatórios técnicos que embasarão a declaração ministerial, que deverá ser apresentada na sexta-feira (13). Neste dia, ministros e representantes de alto escalão dos países do G20 estarão em Maceió para a reunião ministerial de Economia Digital.

O Brasil tem como uma de suas prioridades a inclusão social e a redução da pobreza, com a inclusão digital sendo uma das principais frentes para alcançar esses objetivos. Com enfoque na conectividade e no desenvolvimento digital, o governo brasileiro acredita que essas ações poderão reduzir o fosso digital e integrar milhões de brasileiros à economia digital global, como explica Daniel Cavalcanti, coordenador-geral de Políticas Públicas para Serviços de Telecomunicações do MCom. "Nossa proposta é aproveitar essa sequência de presidências de países em desenvolvimento para levar uma agenda de crescimento ao G20, com temas que atendam tanto aos países desenvolvidos quanto aos emergentes", avalia.

Outro tema em destaque trata das tecnologias emergentes, como a inteligência artificial e o blockchain — que é um recurso avançado de banco de dados que facilita o compartilhamento de informações de forma transparente dentro da rede de uma empresa. No entanto, a crescente digitalização também traz desafios, como a necessidade de regulamentação da segurança cibernética e da proteção de dados. O G20 tem discutido a criação de normas internacionais para o uso dessas tecnologias, visando aumentar a confiança dos cidadãos e das empresas na economia digital.

Para os países do G20, que representam cerca de 85% do PIB mundial, a economia digital é um dos principais vetores de transformação econômica. Além de modernizar setores tradicionais, como comércio, finanças e indústria, a digitalização cria novas oportunidades em áreas como educação, saúde e governança. A chave para aproveitar plenamente essas oportunidades é garantir que todos os países, independentemente de seu estágio de desenvolvimento, estejam preparados para a transformação digital.

Conforme o evento se aproxima da conclusão, os representantes do Grupo de Trabalho de Economia Digital do G20 ressaltam a importância da colaboração internacional para o fortalecimento dos temas que envolvem este setor. Em 2024, as prioridades do grupo incluíram a realização de diversos eventos paralelos e a produção de relatórios técnicos que embasarão a declaração ministerial, que deverá ser apresentada na sexta-feira (13). Neste dia, ministros e representantes de alto escalão dos países do G20 estarão em Maceió para a reunião ministerial de Economia Digital. 

Ainda nesta segunda-feira os delegados também participam, como convidados, de um evento paralelo com grupos de engajamento do G20: B20, C20, T20 e W20. A proposta do evento paralelo organizado pelo B20 é debater questões digitais, estreitar o diálogo com os representantes do governo e aprimorar a cooperação entre os parceiros sociais.

Veja também

Carregando