Boletim G20 Ed. 211 - Competências digitais e emprego: o futuro dos jovens segundo Max Trejo

O secretário-geral do Organismo Internacional de Juventude para Ibero-américa, participou da Cúpula do Youth 20, abordando o desafio da empregabilidade jovem diante da digitalização e da transição verde. Ele destacou a necessidade de competências digitais para enfrentar o desemprego e promover inserção no mercado global. Ouça a reportagem e saiba mais.

Repórter: A Organização Internacional do Trabalho, em relatório divulgado no último ano, revelou que um a cada cinco jovens no mundo nem trabalha, nem estuda. Quais caminhos possíveis para superar essa estatística, e como pode o G20 cooperar no encontro de soluções? Este foi um tema que esteve em debate na Cúpula do Youth 20, no último mês, no Rio de Janeiro.

Na ocasião, Max Trejo, secretário-geral do Organismo Internacional de Juventude para Iberoamérica, falou sobre o tema com o G20, destacando os obstáculos enfrentados pela juventude para inserção no mercado de trabalho, bem como o que pode ser um ponto de virada. 

Max Trejo: Em suma, uma fotografia do mundo atual é de que, por um lado, vemos que os jovens duplicam ou triplicam os níveis de desemprego em comparação com adultos e, por outro lado, vemos empresas e atores que não encontram pessoas com as condições ou competências necessárias, aqui há uma lacuna que podemos fechar. Por exemplo, a digitalização: se avançarmos em uma direção que os jovens não apenas consumam tecnologia, mas produzam tecnologia, em que tenhamos, além de aptidões digitais, competências digitais, vamos empoderar as pessoas para uma empregabilidade imediata. Estou otimista de que no mundo do trabalho, devido à transformação dos empregos e das circunstâncias, os jovens podem ser vencedores, mas temos de ser criativos, não temos de recorrer a esquemas tradicionais

Repórter: O relatório “Futuro do Empregos”, publicado no último ano pelo Fórum Econômico Mundial, dá conta exatamente do que o secretário-geral apresentou. De acordo com a publicação, até 2027, cerca de 23% dos empregos vão mudar, e a transição verde e novas tecnologias serão os principais motores destas mudanças. O Organismo hoje lidera a Nova Agenda de Juventude, um esforço coletivo junto ao Banco de Desenvolvimento da América Latina e ao Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. A agenda trabalha os temas de inclusão, meio ambiente e governança, em diálogo direto com os eixos prioritários ao G20 Brasil.