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B20: Setor privado debate desafios de infraestrutura para a transição energética

Força-tarefa do grupo de engajamento Business 20 se concentra em infraestrutura para transição energética, buscando impulsionar o desenvolvimento sustentável.

05/03/2024 07:00 - Modificado há um mês
Agência Internacional para as Energias Renováveis aponta que são necessários investimentos de 150 trilhões de dólares para limitar o aquecimento global até 2050 em 1,5ºC. Crédito: Divulgação B20.
Agência Internacional para as Energias Renováveis aponta que são necessários investimentos de 150 trilhões de dólares para limitar o aquecimento global até 2050 em 1,5ºC. Crédito: Divulgação B20.

A força-tarefa de Finanças e Infraestrutura do B20 (Business 20), grupo que congrega representantes empresariais dos países do G20, está direcionando seus esforços para aprimorar os investimentos em infraestrutura em escala global. O grupo visa incentivar o sistema financeiro para que atue como impulsionador da transição para uma economia mais limpa, enquanto aborda questões de infraestrutura física em face das mudanças climáticas.

Com a crescente urgência de ações concretas diante dos desafios climáticos globais, os executivos dos 20 países do G20 estão colaborando para formular recomendações de políticas que serão apresentadas aos chefes de Estado durante a Cúpula do G20 Brasil, em novembro. 

A líder da força-tarefa, Luciana Ribeiro, enfatiza a importância de infraestruturas resilientes e sustentáveis, destacando a necessidade dos países se adaptarem às condições climáticas em mutação. "O mundo está passando por uma transformação, os extremos climáticos estão cada vez mais frequentes. Por isso existe um movimento de governos, de investidores e de consumidores exigindo a adaptação climática", afirma Ribeiro.

Há um empenho dentro e fora do Brasil para estruturar financiamentos verdes. Um levantamento da Agência Internacional para as Energias Renováveis (Irena) reforça a necessidade de empenho para evitar ou minimizar danos causados pelas mudanças climáticas. Segundo a instituição, são necessários investimentos de 150 trilhões de dólares, em nível mundial, para limitar o aquecimento global até 2050 em 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais.

O desafio de distribuir equitativamente os investimentos para o clima ainda persiste, com países em desenvolvimento enfrentando dificuldades para mobilizar capital. Priscilla Negreiros, especialista em financiamento climático, destaca a necessidade de ações concertadas em todos os setores da economia para enfrentar a emergência climática. “Os fluxos de financiamento continuam direcionados principalmente aos países desenvolvidos, com uma parcela muito pequena chegando aos países em desenvolvimento e de baixa renda”, afirma.  

Segundo levantamento do Climate Policy Initiative, menos de 3% do total global foi destinado aos países menos desenvolvidos, enquanto apenas 15% foram para os mercados emergentes e países em desenvolvimento, excluindo a China. Os dez países mais afetados pelas mudanças climáticas receberam apenas uma fração do financiamento necessário.

Há um empenho dentro e fora do Brasil para estruturar financiamentos verdes. Um levantamento da Agência Internacional para as Energias Renováveis (Irena) reforça a necessidade de empenho para evitar ou minimizar danos causados pelas mudanças climáticas. Segundo a instituição, são necessários investimentos de 150 trilhões de dólares, em nível mundial, para limitar o aquecimento global até 2050 em 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais.

No cenário brasileiro, iniciativas como o Programa Eco Invest Brasil, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento e o Banco Central do Brasil, visam incentivar investimentos estrangeiros em projetos sustentáveis e oferecer soluções de proteção cambial. Essas medidas são essenciais para ampliar os recursos disponíveis e promover a transição para uma economia de baixo carbono.

A iniciativa propõe estimular maior integração das empresas brasileiras com investidores e sistema financeiro internacional e impulsionar os investimentos verdes no Brasil. O programa será realizado em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Central do Brasil (BCB). O BID vai viabilizar 5,4 bilhões de dólares (27 bilhões de reais) - 3,4 bilhões de dólares para operações de swap, contra variações excessivas do dólar em relação ao real, e 2 bilhões de dólares em linhas de crédito. 

O que faz a força-tarefa de Finança e Infraestrutura do B20?

A força-tarefa de Finanças e Infraestrutura do grupo de engajamento B20 (Business 20) tem como objetivo principal promover a transformação do sistema financeiro em um motor para impulsionar uma nova era econômica, baseada em fontes de energia mais limpas e sustentáveis. 

Quais são os focos de trabalho do grupo?

O grupo concentra seus esforços em melhorar os investimentos e a infraestrutura para apoiar o desenvolvimento social e reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Isso inclui medidas para facilitar o acesso ao capital, promover investimentos em energia limpa e adaptar infraestruturas para lidar com os impactos das mudanças climáticas.

O que é financiamento climático?

O financiamento climático refere-se aos recursos destinados a promover a transição para uma economia de baixo carbono e o desenvolvimento sustentável, além de impulsionar a adaptação às mudanças climáticas. Este tipo de financiamento pode ter origem local, nacional ou transnacional e vir de fontes públicas, privadas ou alternativas, como entidades filantrópicas.

Saiba mais: https://noticias.portaldaindustria.com.br/noticias/internacional/transicao-energetica-e-foco-da-forca-tarefa-de-financas-e-infraestrutura-do-b20/

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