G20

Lula defende que prioridades do G20 podem contribuir para o desenvolvimento da África

Em encontro com Akinwumi Adesina, presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Lula reafirma compromisso com o fortalecimento das relações Brasil-África. Presidente brasileiro quer aproveitar o G20 para discutir resgate da dívida dos países africanos e impulsionar desenvolvimento da região. Reforma das instituições de governança global, política e financeira também esteve na pauta.

23/04/2024 20:49
Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e Simone Tebet, ministra do Planejamento do Brasil, em reunião com Akinwumi Adesina, presidente do Banco Africano de Desenvolvimento, nesta terça-feira, 23/4, em Brasília | Foto: Ricardo Stuckert / PR
Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e Simone Tebet, ministra do Planejamento do Brasil, em reunião com Akinwumi Adesina, presidente do Banco Africano de Desenvolvimento, nesta terça-feira, 23/4, em Brasília | Foto: Ricardo Stuckert / PR

“Defendemos que uma parte da dívida dos países africanos com os bancos multilaterais seja transformada em investimentos no desenvolvimento”, salientou o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva durante reunião com Akinwumi Adesina, presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), nesta terça-feira, 23/4, em Brasília. Simone Tebet, ministra do Planejamento, acompanhou o encontro. 

Durante a conversa, Lula salientou as prioridades da presidência brasileira do G20 relacionadas ao desenvolvimento da região e de outros países do Sul Global, como a reforma das instituições internacionais de governança, política e financeira.

“Precisamos convencer o mundo de que se não houver algum tipo de ajuda para o desenvolvimento, os países mais pobres ficarão mais pobres e os ricos cada vez mais ricos”, defendeu o presidente Brasileiro. 

Akinwumi agradeceu o empenho do Brasil para incluir a União Africana no fórum das maiores economias do mundo e por “colocar a África como uma prioridade”. “Obrigado pelos esforços para que a União Africana seja parte do G20. Parabenizo sua liderança por chamar a atenção do mundo para a necessidade de desenvolvimento, do combate à fome e à pobreza”, declarou.

Lula também resgatou as parcerias entre o Brasil e a África em seus dois primeiros governos, com destaque para a produção de medicamentos anti-retrovirais em Moçambique; a cooperação para agropecuária em Gana, que buscou desenvolver a produção agrícola na savana africana; e a abertura de um escritório do SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), em Angola. O presidente também pontuou a criação da Unilab (Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira), em São Francisco do Conde, município da Bahia, e da Universidade Aberta do Brasil (UAB), em Moçambique. “Estamos comprometidos  com o desenvolvimento da África”, afirmou Lula. 

Parcerias para o desenvolvimento 

O banqueiro africano falou sobre as possibilidades de parceria com o Brasil para impulsionar o desenvolvimento da África e demonstrou admiração pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Akinwumi também revelou o plano do BAD para investir 2,4 bilhões de dólares para desenvolver a capacidade da região na produção de medicamentos. Destacou ainda o interesse na atuação da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). 

“O Brasil pode ajudar muito a África com tecnologia, capacidade de produção de fármacos e experiência de universalização da saúde. Temos muito interesse na atuação da Embrapa, na transformação do cerrado em área produtiva na savana africana que é semelhante ao cerrado. A África pode alimentar o mundo”, indicou.