ALIANÇA GLOBAL

Especialistas internacionais publicam carta aberta de apoio à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza

"Como Laureados do Prêmio Mundial da Alimentação que dedicaram décadas de suas carreiras para acabar com a fome, pedimos aos líderes do G20 que ajudem a garantir um plano global atualizado, respaldado por evidências e investimentos sustentados, para colocar o mundo de volta ao caminho do fim da fome."

03/04/2024 12:23 - Modificado há um mês

Com esse apelo, alguns dos mais destacados especialistas em segurança alimentar do mundo publicaram uma carta aberta de apoio à iniciativa brasileira pela Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. O grupo conclama o G20 a aceitar a proposta feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva por um plano para enfrentar a crise alimentar no planeta.

No documento direcionado aos líderes das economias mais importantes do mundo, os signatários destacam o "enfoque do presidente Lula em abordar a fome e a pobreza na presidência do G20" e as conquistas de seu primeiro mandato, que viu a pobreza reduzida pela metade graças às reformas de bem-estar social, aos programas de combate à fome e ao crescimento econômico.

O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome do Brasil, Wellington Dias, destacou a retomada dos programas sociais pelo governo federal, que permitiram que em pouco mais de um ano o país retirasse 13 milhões de pessoas da fome. Ele reforçou ainda a capacidade reconhecida do país em políticas públicas de erradicação da fome e da pobreza.  

“É com muita satisfação que recebemos o apoio desse renomado grupo de especialistas em segurança alimentar à proposta brasileira na presidência do G20 de formar uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Mostra que estamos no caminho certo e que as experiências dos governos Lula e Dilma, que tiraram o Brasil do Mapa da Fome, são referências mundiais, inclusive no meio científico”, analisou o ministro. 

Entre os 27 laureados do Prêmio Mundial da Alimentação que assinaram o apelo urgente ao G20 estão Sir David Nabarro, co-líder do Grupo de Resposta à Crise Global da ONU, o professor Gebisa Ejeta, que recentemente recebeu a Medalha Nacional de Ciência dos Estados Unidos, e a cientista do clima da NASA, Dra. Cynthia Rosenzweig.

Para conferir a lista completa dos laureados assinantes é possível acessar aqui.

Ações do Brasil sem Fome vão atender 331 milhões de pessoas. Foto: Agência Brasil
Ações do Brasil sem Fome vão atender 331 milhões de pessoas. Foto: Agência Brasil

O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome do Brasil, Wellington Dias, destacou a retomada dos programas sociais pelo governo federal, que permitiram que em pouco mais de um ano o país retirasse 13 milhões de pessoas da fome. Ele reforçou ainda a capacidade reconhecida do país em políticas públicas de erradicação da fome e da pobreza. 

Reunião presencial da Aliança Global contra a fome e a pobreza, realizada em Brasília, com delegados e delegadas dos países do G20.. Foto: Audiovisual/G20
Reunião presencial da Aliança Global contra a fome e a pobreza, realizada em Brasília, com delegados e delegadas dos países do G20.. Foto: Audiovisual/G20

O presidente Lula, que ganhou o Prêmio Mundial da Alimentação em 2011, imediatamente tornou a fome e a pobreza prioridades-chave quando o país assumiu a presidência do G20 em dezembro. A Força-Tarefa pela Aliança Global contra a Fome e a Pobreza se reuniu pela segunda vez, em Brasília, no fim de março.

Em meio ao aumento dos níveis de fome e vulnerabilidade climática e aos alertas da ONU para a iminente fome e fome extrema em Gaza, Haiti e Sudão – regiões em conflitos -, os especialistas alertam que "no século 21, é principalmente a falta de vontade política e liderança que permitem que a fome e a desnutrição persistam e aumentem.”  

"Instamos todos os líderes a seguir o exemplo dele (Lula) e a defender ações ousadas para enfrentar a crise alimentar global e nos colocar em um caminho para alcançar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 2, nosso objetivo global compartilhado de acabar com a fome em todas as suas formas", diz o texto.

Atualmente, 735 milhões de pessoas passam fome e 250 milhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar aguda, com mulheres e crianças afetadas desproporcionalmente, apontaram os especialistas, ao sugerirem que o plano contenha medidas para:

● Salvar vidas, financiando integralmente os apelos humanitários da ONU para assistência alimentar e nutricional.
● Construir resiliência, investindo em pequenos agricultores e aqueles na linha de frente da crise alimentar.
● Garantir o futuro por meio da reforma do sistema financeiro multilateral, incluindo a correção da dívida insustentável dos países de baixa renda.
● Reforçar a cooperação entre agências da ONU, bancos de desenvolvimento e instituições financeiras, doadores, sociedade civil e organizações de agricultores.

A Força-Tarefa da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza vai se reunir novamente em maio, em Teresina, antes da reunião ministerial no Rio de Janeiro, em julho. A expectativa é que a Aliança seja oficializada na Cúpula dos Chefes de Estado e Governo, em novembro, também na capital fluminense.

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